Após cheia, Porto Alegre (RS) recupera praça para a Feira de Livros da cidade

Recuperada da cheia, a Praça da Alfândega pode receber mais uma vez as bancas dos livros. São 72 - 3 a mais que na edição passada do evento. Após cheia, Porto Alegre (RS) recupera praça para a Feira de Livros da cidade Reprodução/TV Globo Até o próximo dia 20 de novembro, Porto Alegre vai realizar a Feira do Livro. E, em 2024, o evento tem um significado especial. É uma história de resistência. Em maio, a Praça da Alfândega estava inundada. As águas do Guaíba cercaram os velhos jacarandás, os bancos e as estátuas. E a realização de um dos maiores eventos literários do país virou dúvida. Mas o esforço coletivo tornou tudo realidade. “O povo todo se reuniu para levantar essa beleza que temos aqui”, conta o advogado Ramão Ariza, visitante da feira. Recuperada da cheia, a praça pode receber mais uma vez as bancas dos livros. São 72 este ano - três a mais que na edição passada. Mas para a maioria dos livreiros, estar lá já é uma vitória. A editora em que a livreira Roseni Kohlmann trabalha conseguiu salvar 5 mil livros da inundação. Na feira, essas obras receberam o selo de “valentes”. “Ver um livro rasgado já dói para o livreiro, agora, imagina inundados? A dor era muito grande. Cada um que a gente conseguia resgatar era uma felicidade, assim que o coração acendia uma luzinha”, diz. Em maio, a Praça da Alfândega estava inundada Reprodução/TV Globo A banca do editor de livros Luís Fernando Araújo hoje está recheada de livros, mas 33 mil exemplares foram perdidos na enchente. Além do prejuízo, recordações guardadas a vida inteira foram embora. “Os livros originais com comentários de autores. O livro chegava assim em um calhamaço e eles diziam: ‘Ah, não faz capa com tal cor, escreve isso não sei o que, tira o parágrafo tal’, e isso era tudo escrito à mão, era legal”, conta. Banca do editor de livros Luís Fernando Araújo Reprodução/TV Globo A feira renovou o ânimo dos livreiros. Nos primeiros quatro dias, as vendas superaram em 30% o mesmo período de 2023. “É uma superação da própria organização, dos próprios livreiros. Mais de 20 livreiros perderam quase tudo e estão aqui, e a população está entendendo isso, está vindo participar da feira”, diz Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro. “As pessoas que vêm para a feira saem com pelo menos um livrinho. Isso já é incrível, já ajuda muito”, comemora o vendedor Rodrigo Quevedo. Vendas na Feira do Livro em Porto Alegre (RS) superaram em 30% o mesmo período de 2023 Reprodução/TV Globo Outro exemplo de força vem da Bárbara Catarina. A cheia destruiu a casa da contadora de histórias que encanta crianças e adultos há mais de 25 anos. “É a nossa Feira da Reconstrução. Tu sabe que o livro, ele abrange. É livreiro, é ilustrador, é gráfica, é uma empresa muito grande, que foi tudo atingido. Mas houve essa força para a reconstrução. Está aqui a nossa Feira de Pé para poder acreditar que a esperança não deve morrer”, afirma. Feira do livro em Porto Alegre (RS) Reprodução/TV Globo

Nov 11, 2024 - 21:30
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Após cheia, Porto Alegre (RS) recupera praça para a Feira de Livros da cidade

Recuperada da cheia, a Praça da Alfândega pode receber mais uma vez as bancas dos livros. São 72 - 3 a mais que na edição passada do evento. Após cheia, Porto Alegre (RS) recupera praça para a Feira de Livros da cidade Reprodução/TV Globo Até o próximo dia 20 de novembro, Porto Alegre vai realizar a Feira do Livro. E, em 2024, o evento tem um significado especial. É uma história de resistência. Em maio, a Praça da Alfândega estava inundada. As águas do Guaíba cercaram os velhos jacarandás, os bancos e as estátuas. E a realização de um dos maiores eventos literários do país virou dúvida. Mas o esforço coletivo tornou tudo realidade. “O povo todo se reuniu para levantar essa beleza que temos aqui”, conta o advogado Ramão Ariza, visitante da feira. Recuperada da cheia, a praça pode receber mais uma vez as bancas dos livros. São 72 este ano - três a mais que na edição passada. Mas para a maioria dos livreiros, estar lá já é uma vitória. A editora em que a livreira Roseni Kohlmann trabalha conseguiu salvar 5 mil livros da inundação. Na feira, essas obras receberam o selo de “valentes”. “Ver um livro rasgado já dói para o livreiro, agora, imagina inundados? A dor era muito grande. Cada um que a gente conseguia resgatar era uma felicidade, assim que o coração acendia uma luzinha”, diz. Em maio, a Praça da Alfândega estava inundada Reprodução/TV Globo A banca do editor de livros Luís Fernando Araújo hoje está recheada de livros, mas 33 mil exemplares foram perdidos na enchente. Além do prejuízo, recordações guardadas a vida inteira foram embora. “Os livros originais com comentários de autores. O livro chegava assim em um calhamaço e eles diziam: ‘Ah, não faz capa com tal cor, escreve isso não sei o que, tira o parágrafo tal’, e isso era tudo escrito à mão, era legal”, conta. Banca do editor de livros Luís Fernando Araújo Reprodução/TV Globo A feira renovou o ânimo dos livreiros. Nos primeiros quatro dias, as vendas superaram em 30% o mesmo período de 2023. “É uma superação da própria organização, dos próprios livreiros. Mais de 20 livreiros perderam quase tudo e estão aqui, e a população está entendendo isso, está vindo participar da feira”, diz Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro. “As pessoas que vêm para a feira saem com pelo menos um livrinho. Isso já é incrível, já ajuda muito”, comemora o vendedor Rodrigo Quevedo. Vendas na Feira do Livro em Porto Alegre (RS) superaram em 30% o mesmo período de 2023 Reprodução/TV Globo Outro exemplo de força vem da Bárbara Catarina. A cheia destruiu a casa da contadora de histórias que encanta crianças e adultos há mais de 25 anos. “É a nossa Feira da Reconstrução. Tu sabe que o livro, ele abrange. É livreiro, é ilustrador, é gráfica, é uma empresa muito grande, que foi tudo atingido. Mas houve essa força para a reconstrução. Está aqui a nossa Feira de Pé para poder acreditar que a esperança não deve morrer”, afirma. Feira do livro em Porto Alegre (RS) Reprodução/TV Globo