Canadá, México e China anunciam tarifas sobre produtos americanos, uma retaliação às sobretaxas impostas pelos EUA

As tarifas podem colocar em risco uma promessa de campanha de Donald Trump: de baixar o custo de vida, baixar o custo do supermercado. O consumidor vai acabar bancando a diferença. Bolsas de Valores pelo mundo fecham em queda com novo capítulo da Guerra Comercial A terça-feira (4) foi de queda nas bolsas de valores em todo o mundo com o agravamento da guerra comercial iniciada por Donald Trump. Nesta terça-feira (4), entraram em vigor as novas tarifas para as importações do Canadá, do México e da China. Os três países reagiram. O martelo está batido e sem abertura para negociação - pelo menos, por enquanto. Esse foi o posicionamento do presidente Donald Trump depois de confirmar que as tarifas sobre o México e o Canadá entrariam em vigor. Produtos e bens destes dois aliados vão ser taxados em 25%. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, respondeu citando um dos principais jornais americanos: “Não costumo concordar com esse jornal, mas, Donald, eles dizem que apesar de você ser um homem inteligente, isso é muito estúpido de se fazer”. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau Jornal Nacional/ Reprodução Trudeau impôs os mesmos 25% sobre produtos americanos. A tréplica americana veio logo depois. Trump se referiu a Trudeau não como primeiro-ministro: "Explique ao governador Trudeau, do Canadá, que quando ele aplicar uma tarifa retaliatória aos Estados Unidos, nossa tarifa recíproca aumentará imediatamente em uma quantia semelhante”. 'Tarifaço' de Trump: dólar e bolsas internacionais vivem dia de queda generalizada por medo de guerra comercial A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, disse que rejeita a alegação de Trump de que seu país não tem se esforçado para conter a imigração ilegal e a entrada de drogas nos Estados Unidos, e que vai anunciar uma retaliação no domingo (9). Essa guerra comercial também atingiu a China, com tarifas adicionais de 10% sobre bens e produtos. O governo da China respondeu com uma taxa de 15% para produtos americanos como trigo e frango, e de 10% para outros, como frutas e vegetais. Canadá, México e China anunciam tarifas sobre produtos americanos, uma retaliação às sobretaxas impostas pelos EUA Jornal Nacional/ Reprodução Não é só o comércio internacional que está sendo ameaçado, segundo especialistas. As tarifas podem colocar em risco uma outra promessa de campanha do próprio Donald Trump: de baixar o custo de vida, baixar o custo do supermercado. Com o aumento de tarifa, se uma empresa americana comprava um produto do Canadá, por exemplo, a US$ 10, vai passar a pagar US$ 12,50. O consumidor vai acabar bancando a diferença. As bolsas de valores na Europa e nos Estados Unidos fecharam em queda. O professor Vivek Astvansh, da Universidade de McGill, em Montreal, avaliou que o mundo deve estar entrando em uma nova ordem comercial: “Parece que há um novo arranjo dos acordos internacionais. Mas precisamos esperar mais meses para fazer um julgamento", explicou. LEIA TAMBÉM: Tarifas de 25% para México e Canadá entram em vigor nesta terça, diz Trump Trump promete tarifas a itens agrícolas importados e pede que produtores americanos se preparem 'Temos planos A, B, C e D' para tarifas de Trump, diz Sheinbaum

Mar 4, 2025 - 20:30
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Canadá, México e China anunciam tarifas sobre produtos americanos, uma retaliação às sobretaxas impostas pelos EUA

As tarifas podem colocar em risco uma promessa de campanha de Donald Trump: de baixar o custo de vida, baixar o custo do supermercado. O consumidor vai acabar bancando a diferença. Bolsas de Valores pelo mundo fecham em queda com novo capítulo da Guerra Comercial A terça-feira (4) foi de queda nas bolsas de valores em todo o mundo com o agravamento da guerra comercial iniciada por Donald Trump. Nesta terça-feira (4), entraram em vigor as novas tarifas para as importações do Canadá, do México e da China. Os três países reagiram. O martelo está batido e sem abertura para negociação - pelo menos, por enquanto. Esse foi o posicionamento do presidente Donald Trump depois de confirmar que as tarifas sobre o México e o Canadá entrariam em vigor. Produtos e bens destes dois aliados vão ser taxados em 25%. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, respondeu citando um dos principais jornais americanos: “Não costumo concordar com esse jornal, mas, Donald, eles dizem que apesar de você ser um homem inteligente, isso é muito estúpido de se fazer”. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau Jornal Nacional/ Reprodução Trudeau impôs os mesmos 25% sobre produtos americanos. A tréplica americana veio logo depois. Trump se referiu a Trudeau não como primeiro-ministro: "Explique ao governador Trudeau, do Canadá, que quando ele aplicar uma tarifa retaliatória aos Estados Unidos, nossa tarifa recíproca aumentará imediatamente em uma quantia semelhante”. 'Tarifaço' de Trump: dólar e bolsas internacionais vivem dia de queda generalizada por medo de guerra comercial A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, disse que rejeita a alegação de Trump de que seu país não tem se esforçado para conter a imigração ilegal e a entrada de drogas nos Estados Unidos, e que vai anunciar uma retaliação no domingo (9). Essa guerra comercial também atingiu a China, com tarifas adicionais de 10% sobre bens e produtos. O governo da China respondeu com uma taxa de 15% para produtos americanos como trigo e frango, e de 10% para outros, como frutas e vegetais. Canadá, México e China anunciam tarifas sobre produtos americanos, uma retaliação às sobretaxas impostas pelos EUA Jornal Nacional/ Reprodução Não é só o comércio internacional que está sendo ameaçado, segundo especialistas. As tarifas podem colocar em risco uma outra promessa de campanha do próprio Donald Trump: de baixar o custo de vida, baixar o custo do supermercado. Com o aumento de tarifa, se uma empresa americana comprava um produto do Canadá, por exemplo, a US$ 10, vai passar a pagar US$ 12,50. O consumidor vai acabar bancando a diferença. As bolsas de valores na Europa e nos Estados Unidos fecharam em queda. O professor Vivek Astvansh, da Universidade de McGill, em Montreal, avaliou que o mundo deve estar entrando em uma nova ordem comercial: “Parece que há um novo arranjo dos acordos internacionais. Mas precisamos esperar mais meses para fazer um julgamento", explicou. LEIA TAMBÉM: Tarifas de 25% para México e Canadá entram em vigor nesta terça, diz Trump Trump promete tarifas a itens agrícolas importados e pede que produtores americanos se preparem 'Temos planos A, B, C e D' para tarifas de Trump, diz Sheinbaum