Chefe da ONU critica falta de ambição da COP29 e defende que acordo financeiro seja 'base' para mais avanços
Países concordaram em oferecer US$ 300 bi (R$ (1,7 trilhão) por ano para financiar o combate às mudanças climáticas. A cifra definida é US$ 50 bi (R$ 290 bilhões) maior do que o proposto no rascunho do texto, intitulado "COP das Finanças", mas é muito aquém do US$ 1,3 trilhão pleiteado por países em desenvolvimento. Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres (foto dea arquivo) Reprodução/TV Globo O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, criticou falta de ambição da COP29 por um resultado financeiro melhor, após os países concordarem em oferecer US$ 300 bi (R$ (1,7 trilhão) por ano para financiar o combate às mudanças climáticas. A proposta sugere que o financiamento climático alcance pelo menos US$ 1,3 trilhão (R$ 7,54 trilhões) até 2035, mas não explica como esse valor será arrecadado, se por doações, empréstimos ou investimentos privados. De todo modo, o texto destaca que o montante será usado para ajudarem os países menos desenvolvidos a se prepararem para desastres climáticos "Esperava um resultado mais ambicioso - tanto no financiamento quanto na mitigação - para fazer frente ao grande desafio que enfrentamos", declarou Guterres em nota, ao mesmo tempo, em que chamou "os governos para verem este acordo como uma [apenas uma] base [para mais avanços]". A cifra definida é US$ 50 bi (R$ 290 bilhões) maior do que o proposto no rascunho do texto, intitulado "COP das Finanças", mas é muito aquém do US$ 1,3 trilhão pleiteado por países em desenvolvimento, incluindo a ministra do Meio Ambiente do Brasil. O acordo "deve ser cumprido por completo e a tempo", acrescentou Guterres. "Os compromissos devem se tornar efetivos rapidamente. Todos os países devem se unir para o objetivo ser cumprido", emendou. A cúpula, que deveria ter encerrado na sexta-feira (22), teve que prorrogar sua duração por um dia enquanto negociadores de quase 200 países tentavam chegar a um acordo sobre o plano de financiamento climático para a próxima década. O resultado do acordo alcançado em Baku, no Azerbaijão, também foi recebido com decepção por entidades ambientais e países em desenvolvimento. O representante da Índia, por exemplo, se opôs à adoção do acordo, enquanto o da Bolívia disse que o documento "consagra a injustiça climática" e "consolida um sistema injusto". A negociadora da Nigéria chamou o valor acordado de "piada". COP29: rascunho do texto final decepciona com meta 'inaceitável' Resultado antes da COP30 O secretário-geral da ONU instou ainda os países a desenvolverem novos planos de ação climática para toda a economia muito antes da COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.
Países concordaram em oferecer US$ 300 bi (R$ (1,7 trilhão) por ano para financiar o combate às mudanças climáticas. A cifra definida é US$ 50 bi (R$ 290 bilhões) maior do que o proposto no rascunho do texto, intitulado "COP das Finanças", mas é muito aquém do US$ 1,3 trilhão pleiteado por países em desenvolvimento. Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres (foto dea arquivo) Reprodução/TV Globo O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, criticou falta de ambição da COP29 por um resultado financeiro melhor, após os países concordarem em oferecer US$ 300 bi (R$ (1,7 trilhão) por ano para financiar o combate às mudanças climáticas. A proposta sugere que o financiamento climático alcance pelo menos US$ 1,3 trilhão (R$ 7,54 trilhões) até 2035, mas não explica como esse valor será arrecadado, se por doações, empréstimos ou investimentos privados. De todo modo, o texto destaca que o montante será usado para ajudarem os países menos desenvolvidos a se prepararem para desastres climáticos "Esperava um resultado mais ambicioso - tanto no financiamento quanto na mitigação - para fazer frente ao grande desafio que enfrentamos", declarou Guterres em nota, ao mesmo tempo, em que chamou "os governos para verem este acordo como uma [apenas uma] base [para mais avanços]". A cifra definida é US$ 50 bi (R$ 290 bilhões) maior do que o proposto no rascunho do texto, intitulado "COP das Finanças", mas é muito aquém do US$ 1,3 trilhão pleiteado por países em desenvolvimento, incluindo a ministra do Meio Ambiente do Brasil. O acordo "deve ser cumprido por completo e a tempo", acrescentou Guterres. "Os compromissos devem se tornar efetivos rapidamente. Todos os países devem se unir para o objetivo ser cumprido", emendou. A cúpula, que deveria ter encerrado na sexta-feira (22), teve que prorrogar sua duração por um dia enquanto negociadores de quase 200 países tentavam chegar a um acordo sobre o plano de financiamento climático para a próxima década. O resultado do acordo alcançado em Baku, no Azerbaijão, também foi recebido com decepção por entidades ambientais e países em desenvolvimento. O representante da Índia, por exemplo, se opôs à adoção do acordo, enquanto o da Bolívia disse que o documento "consagra a injustiça climática" e "consolida um sistema injusto". A negociadora da Nigéria chamou o valor acordado de "piada". COP29: rascunho do texto final decepciona com meta 'inaceitável' Resultado antes da COP30 O secretário-geral da ONU instou ainda os países a desenvolverem novos planos de ação climática para toda a economia muito antes da COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.