Corregedoria da PM-GO diz que equipe errou em ação em que policial foi morto em Novo Gama
Análise pontua que policiais erraram ao permitir que colega participasse de abordagem estando de folga, entre outros pontos. PM diz que 'está adotando todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis em relação ao caso'. Leandro Gadelha da Silva, policial morto em confronto com criminosos em Novo Gama, Goiás Reprodução/TV Anhanguera A Corregedoria da Polícia Militar disse, em análise preliminar, que a equipe que atuou no confronto que matou o policial Leandro Gadelha da Silva, em Novo Gama, praticou uma série de erros, chamados de transgressões disciplinares. Por conta disso, pediu a abertura de uma investigação interna, chamada de Procedimento Administrativo Disciplinar Ordinário (PAD), contra um sargento e um cabo que integravam a equipe. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp O g1 não conseguiu localizar a defesa dos policiais militares citados no inquérito para que se manifestassem. Em nota, a Polícia Militar informou que “está adotando todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis em relação ao caso, que permanece sob apreciação do Poder Judiciário”. No documento é dito, por exemplo, que o sargento “não planejou bem o atendimento da ocorrência” e que errou ao permitir que Leandro participasse da ação mesmo de folga, em trajes civis e sem os equipamentos necessários para proteção. Entenda abaixo mais detalhes sobre os indícios de transgressão disciplinar citados no documento. Apesar disso, a Corregedoria deixa claro que ainda não sabe se os erros praticados pelos policiais podem ser considerados crimes, pois o inquérito ainda carece de informações, como o resultado da reprodução simulada dos fatos, já solicitada pelo órgão. LEIA TAMBÉM: ATINGIDO POR BALA DE COLEGA: PM morto durante confronto com criminosos foi atingido por bala disparada por outro policial, conclui perícia PM morto em ação policial pode ter sido atingido por colega com tiro acidental ANGÚSTIA: PM se desespera após colega ser baleado durante operação policial em Goiás: ‘Preciso de apoio’ Outros dois policiais que participaram da ação não foram alvos de PAD, porque apenas deram cobertura aos outros policiais durante a abordagem. Versões dos fatos Na investigação feita pela Polícia Civil, um jovem servente de 24 anos é apontado como o responsável pelo disparo que matou Leandro. A investigação diz que ele, na companhia do irmão e de dois primos, foi até a casa abandonada onde o confronto aconteceu para comprar uma arma. Ao ser surpreendido por policiais militares, atirou na equipe. Já na versão dos policiais, Leandro estava de folga e alertou a equipe sobre uma possível negociação de armas em uma casa abandonada. A equipe comandada pelo sargento encontrou Leandro em uma rua e foi com ele até a residência. PM se desespera após colega ser baleado durante operação policial em Goiás O sargento, Leandro e um cabo entraram na casa. Lá dentro, viram o servente e seus familiares negociando as armas e deram voz de prisão aos suspeitos, que reagiram atirando. Os PMs, então, atiraram de volta. Logo após Leandro ser baleado, um dos colegas presentes no local se desesperou e pediu apoio para o socorro dele (ouça o áudio acima): “Preciso de apoio do Samu! Estou subindo o Pedregal, policial ferido. Preciso deles!”, disse o colega em um trecho do áudio. O servente apontado pela Polícia Civil como o responsável pela morte de Leandro está preso desde o dia da morte do policial, em 22 de julho deste ano. O processo criminal contra ele está em fase de audiência de instrução e julgamento, quando a Justiça ouve testemunhas e suspeitos e decide se os réus vão ou não à Júri. O g1 não conseguiu contato com a defesa do servente até a última atualização da reportagem. Contradições Um suposto amigo de Leandro contou à Corregedoria e também para a Polícia Civil que foi ele quem contou sobre a negociação de armas ao policial, justificando que tentou entrar em contato com a polícia, mas não conseguiu. Esse suposto amigo de Leandro afirma que estava com ele na residência observando a negociação de uma arma quando os policiais chegaram. Sua ida até a casa teria sido justificada porque ele tinha dado as informações ao policial. O amigo foi baleado durante o confronto, mas não há informações sobre quem prestou socorro a ele, para onde foi levado ou como foi tratado após o incidente. Fora isso, a presença do amigo de Leandro não foi citada no registro da ocorrência pela Polícia Militar. Outro ponto de destaque no documento é que um dos primos do servente disse na delegacia que Leandro, na realidade, era quem estava negociando as armas com eles, e que todos foram surpreendidos com a aparição de dois policiais na casa, que chegaram atirando sem se identificar. Ao denunciar o servente, o Ministério Público afirma que o amigo de Leandro entrou na casa junto com os policiais, mas ignora o que foi dito pelo primo dele. Só agora, a Corregedoria acrescentou à versão do servente a informação de que não havia nenhum policial fardado no local e que viu
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Análise pontua que policiais erraram ao permitir que colega participasse de abordagem estando de folga, entre outros pontos. PM diz que 'está adotando todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis em relação ao caso'. Leandro Gadelha da Silva, policial morto em confronto com criminosos em Novo Gama, Goiás Reprodução/TV Anhanguera A Corregedoria da Polícia Militar disse, em análise preliminar, que a equipe que atuou no confronto que matou o policial Leandro Gadelha da Silva, em Novo Gama, praticou uma série de erros, chamados de transgressões disciplinares. Por conta disso, pediu a abertura de uma investigação interna, chamada de Procedimento Administrativo Disciplinar Ordinário (PAD), contra um sargento e um cabo que integravam a equipe. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp O g1 não conseguiu localizar a defesa dos policiais militares citados no inquérito para que se manifestassem. Em nota, a Polícia Militar informou que “está adotando todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis em relação ao caso, que permanece sob apreciação do Poder Judiciário”. No documento é dito, por exemplo, que o sargento “não planejou bem o atendimento da ocorrência” e que errou ao permitir que Leandro participasse da ação mesmo de folga, em trajes civis e sem os equipamentos necessários para proteção. Entenda abaixo mais detalhes sobre os indícios de transgressão disciplinar citados no documento. Apesar disso, a Corregedoria deixa claro que ainda não sabe se os erros praticados pelos policiais podem ser considerados crimes, pois o inquérito ainda carece de informações, como o resultado da reprodução simulada dos fatos, já solicitada pelo órgão. LEIA TAMBÉM: ATINGIDO POR BALA DE COLEGA: PM morto durante confronto com criminosos foi atingido por bala disparada por outro policial, conclui perícia PM morto em ação policial pode ter sido atingido por colega com tiro acidental ANGÚSTIA: PM se desespera após colega ser baleado durante operação policial em Goiás: ‘Preciso de apoio’ Outros dois policiais que participaram da ação não foram alvos de PAD, porque apenas deram cobertura aos outros policiais durante a abordagem. Versões dos fatos Na investigação feita pela Polícia Civil, um jovem servente de 24 anos é apontado como o responsável pelo disparo que matou Leandro. A investigação diz que ele, na companhia do irmão e de dois primos, foi até a casa abandonada onde o confronto aconteceu para comprar uma arma. Ao ser surpreendido por policiais militares, atirou na equipe. Já na versão dos policiais, Leandro estava de folga e alertou a equipe sobre uma possível negociação de armas em uma casa abandonada. A equipe comandada pelo sargento encontrou Leandro em uma rua e foi com ele até a residência. PM se desespera após colega ser baleado durante operação policial em Goiás O sargento, Leandro e um cabo entraram na casa. Lá dentro, viram o servente e seus familiares negociando as armas e deram voz de prisão aos suspeitos, que reagiram atirando. Os PMs, então, atiraram de volta. Logo após Leandro ser baleado, um dos colegas presentes no local se desesperou e pediu apoio para o socorro dele (ouça o áudio acima): “Preciso de apoio do Samu! Estou subindo o Pedregal, policial ferido. Preciso deles!”, disse o colega em um trecho do áudio. O servente apontado pela Polícia Civil como o responsável pela morte de Leandro está preso desde o dia da morte do policial, em 22 de julho deste ano. O processo criminal contra ele está em fase de audiência de instrução e julgamento, quando a Justiça ouve testemunhas e suspeitos e decide se os réus vão ou não à Júri. O g1 não conseguiu contato com a defesa do servente até a última atualização da reportagem. Contradições Um suposto amigo de Leandro contou à Corregedoria e também para a Polícia Civil que foi ele quem contou sobre a negociação de armas ao policial, justificando que tentou entrar em contato com a polícia, mas não conseguiu. Esse suposto amigo de Leandro afirma que estava com ele na residência observando a negociação de uma arma quando os policiais chegaram. Sua ida até a casa teria sido justificada porque ele tinha dado as informações ao policial. O amigo foi baleado durante o confronto, mas não há informações sobre quem prestou socorro a ele, para onde foi levado ou como foi tratado após o incidente. Fora isso, a presença do amigo de Leandro não foi citada no registro da ocorrência pela Polícia Militar. Outro ponto de destaque no documento é que um dos primos do servente disse na delegacia que Leandro, na realidade, era quem estava negociando as armas com eles, e que todos foram surpreendidos com a aparição de dois policiais na casa, que chegaram atirando sem se identificar. Ao denunciar o servente, o Ministério Público afirma que o amigo de Leandro entrou na casa junto com os policiais, mas ignora o que foi dito pelo primo dele. Só agora, a Corregedoria acrescentou à versão do servente a informação de que não havia nenhum policial fardado no local e que viu apenas três pessoas em trajes civis na casa. Em depoimento à PM-GO, o servente disse não saber se Leandro era quem iria lhe vender a arma. O revólver calibre 38 foi recolhido pelo cabo, que participou da ação, antes da chegada da perícia. O servente também contou que ao ouvir os primeiros disparos saiu correndo com os familiares, atirando para trás, sem ver em qual direção. Para o órgão policial, as versões despertam complexidade. Erros listados Para a Corregedoria, o sargento errou ao conduzir a equipe para uma ocorrência sem levantamento prévio de informações importantes para a segurança. Além disso, errou ao permitir que Leandro participasse da ação mesmo de folga, em trajes civis e sem os equipamentos necessários para proteção. O documento destaca que o policial foi colocado na frente durante o adentramento, sendo o primeiro a ser exposto ao confronto e, consequentemente, atingido. Além disso, a Corregedoria diz que o sargento não informou ao batalhão sobre a ação nem solicitou apoio do serviço de inteligência ou outras equipes. A equipe dele foi enviada sozinha para o local, sem o suporte necessário. Depois do confronto, o sargento também não supervisionou adequadamente a redação do relatório que narrava a ocorrência, permitindo inconformidades. Fotos mostram onde policial militar foi baleado e o único projétil retirado do corpo dele Reprodução/Laudo da Polícia Científica Já com relação ao cabo, a Corregedoria considera que ele errou por ter ficado com a arma de Leandro após o crime e a deixado em um depósito por dois dias. Além disso, destaca que ele foi um dos autores dos disparos que atingiram o colega. Um exame de balística apontou que um dos quatro tiros que acertaram Leandro saiu da arma do colega de farda. À TV Anhanguera, a defesa do policial acusado de dar o disparo no próprio colega, disse que vai aguardar o fim a investigação para se pronunciar. A reprodução simulada, que deve ajudar a esclarecer mais detalhes da dinâmica do crime, foi solicitada pela Corregedoria à Polícia Científica em 19 de setembro, mas não há no relatório indicação de quando deve ocorrer.