Documento de 2020 do Dnit aponta situação precária da ponte no Rio Tocantins
Ao justificar a necessidade de restaurar a ponte, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes reconheceu que as condições atuais da obra merecem atenção, pois verificam-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento. Documento de 2020 do Dnit indicava que situação da ponte entre TO e MA era precária Um documento de 2020 do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes já indicava que a situação da ponte no Rio Tocantins era precária. Em maio de 2024, o Dnit lançou uma licitação para restaurar a ponte e incluiu no processo um relatório detalhado, de quase 200 páginas, sobre o estado da estrutura. O documento, de 2020, traz informações e fotografias do local. Os técnicos registraram desgastes visuais da estrutura, várias fissuras no meio do vão principal da ponte e em outras partes. Além de falhas de concretagem, inclinação de pilar a olho nu, problemas no revestimento com armaduras expostas e corroídas, e trechos com erosão. Ponte entre MA e TO: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre desabamento na BR-266 No edital da licitação, ao justificar a necessidade de restaurar a ponte, o Dnit reconheceu que as condições atuais da obra merecem atenção, pois verificam-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento. O documento afirma, ainda, que uma inspeção do dia 20 de julho de 2020 constatou que a condição de estabilidade da ponte foi caracterizada como nível 2-Sofrível e que a condição de conservação foi caracterizada como nível 1-Precária. Esses são os piores níveis em uma escala do próprio Dnit para o gerenciamento de pontes sob sua responsabilidade. Em uma escala de 1 a 5, o nível 1 indica grave insuficiência estrutural. Os técnicos do Dnit registraram desgastes visuais da estrutura, várias fissuras no meio do vão principal da ponte e em outras partes Jornal Nacional/ Reprodução A licitação do Dnit previa que a empresa contratada deveria ter ações amplas na infraestrutura. Mas, em novembro, o órgão informou que nenhuma empresa foi contratada porque não foram preenchidos os requisitos necessários. O Dnit informou que a nota 2 não indica interdição imediata, mas, sim, dá subsídio ao departamento para que sejam priorizadas as estruturas com maior necessidade de intervenção e que a ponte passou por serviços de manutenção de novembro de 2021 a novembro de 2023. O Jornal Nacional também pediu entrevista ao Dnit, mas a assessoria enviou um vídeo em que o diretor-geral do departamento, Fabrício Galvão, não responde diretamente sobre o relatório. Ele informa que foi aberta uma investigação para apurar causas e responsáveis pelo desabamento. "Nós já temos uma sindicância para apurar tudo que aconteceu, os responsáveis por essa ponte. Nós vamos trazer órgãos externos para participar e nós já temos uma declaração de emergência que permite as primeiras ações e serviços a serem tomados”, diz Fabrício Galvão, diretor-geral do Dnit. Documento de 2020 do Dnit aponta situação precária da ponte no Rio Tocantins Jornal Nacional/ Reprodução Gerardo Portela, engenheiro especialista em gerenciamento de riscos e segurança, afirma que houve erro de gestão: "As autoridades têm a obrigação de manter essas estruturas íntegras e, para isso, precisam inspecionar regularmente. Uma vez detectadas falhas, eles precisam de um plano de ação para mitigar todos aqueles problemas e continuar disponibilizando aquela via, aquela estrutura para população. Se não é possível fazer aquela intervenção e corrigir os problemas, a via tem que ser interditada. Ela ser mantida, mesmo com relatórios apontando graves e importantes deficiências estruturais, é um erro, um erro de gestão, um erro de gerenciamento grave”, afirma. LEIA TAMBÉM Contaminação com ácido sulfúrico dificulta buscas por desaparecidos no colapso de ponte na divisa do Tocantins com o Maranhão Ponte entre MA e TO: transporte da produção agrícola da região está comprometido Bombeiros encontram corpo de motorista de carreta de ácido sulfúrico que desabou em ponte entre Tocantins e o Maranhão
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Ao justificar a necessidade de restaurar a ponte, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes reconheceu que as condições atuais da obra merecem atenção, pois verificam-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento. Documento de 2020 do Dnit indicava que situação da ponte entre TO e MA era precária Um documento de 2020 do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes já indicava que a situação da ponte no Rio Tocantins era precária. Em maio de 2024, o Dnit lançou uma licitação para restaurar a ponte e incluiu no processo um relatório detalhado, de quase 200 páginas, sobre o estado da estrutura. O documento, de 2020, traz informações e fotografias do local. Os técnicos registraram desgastes visuais da estrutura, várias fissuras no meio do vão principal da ponte e em outras partes. Além de falhas de concretagem, inclinação de pilar a olho nu, problemas no revestimento com armaduras expostas e corroídas, e trechos com erosão. Ponte entre MA e TO: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre desabamento na BR-266 No edital da licitação, ao justificar a necessidade de restaurar a ponte, o Dnit reconheceu que as condições atuais da obra merecem atenção, pois verificam-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento. O documento afirma, ainda, que uma inspeção do dia 20 de julho de 2020 constatou que a condição de estabilidade da ponte foi caracterizada como nível 2-Sofrível e que a condição de conservação foi caracterizada como nível 1-Precária. Esses são os piores níveis em uma escala do próprio Dnit para o gerenciamento de pontes sob sua responsabilidade. Em uma escala de 1 a 5, o nível 1 indica grave insuficiência estrutural. Os técnicos do Dnit registraram desgastes visuais da estrutura, várias fissuras no meio do vão principal da ponte e em outras partes Jornal Nacional/ Reprodução A licitação do Dnit previa que a empresa contratada deveria ter ações amplas na infraestrutura. Mas, em novembro, o órgão informou que nenhuma empresa foi contratada porque não foram preenchidos os requisitos necessários. O Dnit informou que a nota 2 não indica interdição imediata, mas, sim, dá subsídio ao departamento para que sejam priorizadas as estruturas com maior necessidade de intervenção e que a ponte passou por serviços de manutenção de novembro de 2021 a novembro de 2023. O Jornal Nacional também pediu entrevista ao Dnit, mas a assessoria enviou um vídeo em que o diretor-geral do departamento, Fabrício Galvão, não responde diretamente sobre o relatório. Ele informa que foi aberta uma investigação para apurar causas e responsáveis pelo desabamento. "Nós já temos uma sindicância para apurar tudo que aconteceu, os responsáveis por essa ponte. Nós vamos trazer órgãos externos para participar e nós já temos uma declaração de emergência que permite as primeiras ações e serviços a serem tomados”, diz Fabrício Galvão, diretor-geral do Dnit. Documento de 2020 do Dnit aponta situação precária da ponte no Rio Tocantins Jornal Nacional/ Reprodução Gerardo Portela, engenheiro especialista em gerenciamento de riscos e segurança, afirma que houve erro de gestão: "As autoridades têm a obrigação de manter essas estruturas íntegras e, para isso, precisam inspecionar regularmente. Uma vez detectadas falhas, eles precisam de um plano de ação para mitigar todos aqueles problemas e continuar disponibilizando aquela via, aquela estrutura para população. Se não é possível fazer aquela intervenção e corrigir os problemas, a via tem que ser interditada. Ela ser mantida, mesmo com relatórios apontando graves e importantes deficiências estruturais, é um erro, um erro de gestão, um erro de gerenciamento grave”, afirma. LEIA TAMBÉM Contaminação com ácido sulfúrico dificulta buscas por desaparecidos no colapso de ponte na divisa do Tocantins com o Maranhão Ponte entre MA e TO: transporte da produção agrícola da região está comprometido Bombeiros encontram corpo de motorista de carreta de ácido sulfúrico que desabou em ponte entre Tocantins e o Maranhão