Homem diz que teve prejuízo de cerca de R$ 60 milhões com agropecuarista investigado por golpes com imóveis: 'usava perspicácia'
Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia, Porangatu e Pindamonhangaba (SP). Homem apontado como líder do esquema foi preso em operação, mas pagou fiança. Agropecuarista é investigado por golpes com imóveis Um homem, que pediu para não ser identificado, disse em entrevista à TV Anhanguera que teve um prejuízo de cerca de R$ 60 milhões por conta de um golpe na compra de uma fazenda em Goiás. O suspeito do crime é o agropecuarista e médico veterinário Thiago da Matta Fagundes, de 40 anos, alvo de uma operação recente da Polícia Civil que investiga o caso. “Ele é uma pessoa de conhecimento, de uma família que é conhecida na região de Porangatu, então ele usava do conhecimento, junto com consultores renomados que contratava, e a perspicácia dele para dar os golpes. Meu prejuízo hoje está na casa de 60 milhões (de reais)”, afirmou a vítima. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp Por ser considerado o líder do esquema criminoso, a polícia divulgou o nome e foto de Thiago para tentar localizar outras vítimas do golpe. Até a última atualização da reportagem, g1 não encontrou nenhum advogado habilitado para a defesa de Thiago e nem conseguiu contato direto com ele para que se manifestasse sobre o caso. Segundo a vítima, Thiago começou agindo da seguinte forma: comprava fazendas, dava um sinal de entrada proporcional a 10% do valor e, depois, convencia a vítima a passar a escritura sem ônus na matrícula. Em posse da documentação, o suspeito ia nos bancos e fraudava o próprio imposto de renda e, em alguns casos, também fraudava a ação das fazendas, e levantava grandes quantias em dinheiro a partir de empréstimos. “Ele ficava sabendo de alguém que estava vendendo uma fazenda e comprava, só que ao invés de fazer o pagamento integral, ele pagava em torno só de 10%. E aí que começava o golpe, porque quando você vai fazer a escritura você tem que deixar registrado na escritura o restante da dívida, e a escritura só vale quando o restante da dívida for pago. Ele acabava convencendo as vítimas a transferir a escritura sem ônus da matrícula. Uma vez transferida a escritura sem ônus, ela ficava na posse dele, ou seja, ele tinha a documentação dela plena”, explicou. LEIA TAMBÉM: RELEMBRE: Agropecuarista é investigado por dar golpe na venda de imóveis; prejuízos chegam a R$ 100 milhões Golpe do falso financiamento: seis empresas são interditadas em Aparecida de Goiânia 'Golpe do Césio': advogadas são presas em Goiás suspeitas de envolvimento em esquema de fraudes para obter isenções de Imposto de Renda A vítima afirma que, no caso dele, o processo do esquema foi um pouco diferente, pois ele estava comprando uma fazenda de Thiago. Ele diz que fez um contrato de compra e venda e a escritura com o agropecuarista e passou a pagar as dívidas da propriedade. “A partir do momento que eu compro pagando dívida, o banco tem que me dar uma carta de quitação. O que aconteceu? Entre o momento que eu paguei e o momento que o banco iria liberar a matrícula, ele voltou às instituições bancárias e convenceu o gerente do banco a liberar mais dinheiro para ele, inventando uma história que a gente estava em desacordo comercial”, afirmou o homem. "Ou seja, eu paguei a fazenda e não tenho a documentação, então, por enquanto, eu perdi o dinheiro, até que eu consiga arrumar essa documentação, e mais os empréstimos que ele fez", lamentou a vítima. O esquema Agropecuarista Thiago da Matta Fagundes é suspeito de aplicar golpes na compra e venda de imóveis Divulgação/Polícia Civil Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Civil descobriu cinco vítimas principais, além de diversos bancos e credores lesados. Indícios levam a polícia a crer que, por conta de restrições em seu nome, Thiago usa laranjas para formalizar contratos e obter empréstimos junto a instituições financeiras, ocultando assim sua participação direta nas operações. Esses laranjas, que também se tornaram alvos de busca e apreensão, eram usados para viabilizar a movimentação dos valores e realizar a distribuição dos montantes, compondo um esquema de lavagem de dinheiro que gerou cerca de R$ 100 milhões em prejuízos. Operação Caminhonete apreendida em posse de Thiago da Matta Fagundes durante operação Divulgação/Polícia Civil Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a Thiago e a pessoas suspeitas de atuarem como laranjas dele. As ordens foram cumpridas nas cidades de Goiânia, Porangatu e Pindamonhangaba (SP). Durante a operação, realizada na terça-feira (29), o agropecuarista foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Conforme consta no sistema do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), ele pagou fiança e foi solto. O valor da fiança não foi informado. Foram apreendidos documentos, celulares, computadores e registros bancários que, segundo a polícia, poderão ajudar na reconstrução do esquema e na identificação de outras pessoas envolvidas. Durante a operação, também foi apreendida uma caminhonete usada
Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia, Porangatu e Pindamonhangaba (SP). Homem apontado como líder do esquema foi preso em operação, mas pagou fiança. Agropecuarista é investigado por golpes com imóveis Um homem, que pediu para não ser identificado, disse em entrevista à TV Anhanguera que teve um prejuízo de cerca de R$ 60 milhões por conta de um golpe na compra de uma fazenda em Goiás. O suspeito do crime é o agropecuarista e médico veterinário Thiago da Matta Fagundes, de 40 anos, alvo de uma operação recente da Polícia Civil que investiga o caso. “Ele é uma pessoa de conhecimento, de uma família que é conhecida na região de Porangatu, então ele usava do conhecimento, junto com consultores renomados que contratava, e a perspicácia dele para dar os golpes. Meu prejuízo hoje está na casa de 60 milhões (de reais)”, afirmou a vítima. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp Por ser considerado o líder do esquema criminoso, a polícia divulgou o nome e foto de Thiago para tentar localizar outras vítimas do golpe. Até a última atualização da reportagem, g1 não encontrou nenhum advogado habilitado para a defesa de Thiago e nem conseguiu contato direto com ele para que se manifestasse sobre o caso. Segundo a vítima, Thiago começou agindo da seguinte forma: comprava fazendas, dava um sinal de entrada proporcional a 10% do valor e, depois, convencia a vítima a passar a escritura sem ônus na matrícula. Em posse da documentação, o suspeito ia nos bancos e fraudava o próprio imposto de renda e, em alguns casos, também fraudava a ação das fazendas, e levantava grandes quantias em dinheiro a partir de empréstimos. “Ele ficava sabendo de alguém que estava vendendo uma fazenda e comprava, só que ao invés de fazer o pagamento integral, ele pagava em torno só de 10%. E aí que começava o golpe, porque quando você vai fazer a escritura você tem que deixar registrado na escritura o restante da dívida, e a escritura só vale quando o restante da dívida for pago. Ele acabava convencendo as vítimas a transferir a escritura sem ônus da matrícula. Uma vez transferida a escritura sem ônus, ela ficava na posse dele, ou seja, ele tinha a documentação dela plena”, explicou. LEIA TAMBÉM: RELEMBRE: Agropecuarista é investigado por dar golpe na venda de imóveis; prejuízos chegam a R$ 100 milhões Golpe do falso financiamento: seis empresas são interditadas em Aparecida de Goiânia 'Golpe do Césio': advogadas são presas em Goiás suspeitas de envolvimento em esquema de fraudes para obter isenções de Imposto de Renda A vítima afirma que, no caso dele, o processo do esquema foi um pouco diferente, pois ele estava comprando uma fazenda de Thiago. Ele diz que fez um contrato de compra e venda e a escritura com o agropecuarista e passou a pagar as dívidas da propriedade. “A partir do momento que eu compro pagando dívida, o banco tem que me dar uma carta de quitação. O que aconteceu? Entre o momento que eu paguei e o momento que o banco iria liberar a matrícula, ele voltou às instituições bancárias e convenceu o gerente do banco a liberar mais dinheiro para ele, inventando uma história que a gente estava em desacordo comercial”, afirmou o homem. "Ou seja, eu paguei a fazenda e não tenho a documentação, então, por enquanto, eu perdi o dinheiro, até que eu consiga arrumar essa documentação, e mais os empréstimos que ele fez", lamentou a vítima. O esquema Agropecuarista Thiago da Matta Fagundes é suspeito de aplicar golpes na compra e venda de imóveis Divulgação/Polícia Civil Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Civil descobriu cinco vítimas principais, além de diversos bancos e credores lesados. Indícios levam a polícia a crer que, por conta de restrições em seu nome, Thiago usa laranjas para formalizar contratos e obter empréstimos junto a instituições financeiras, ocultando assim sua participação direta nas operações. Esses laranjas, que também se tornaram alvos de busca e apreensão, eram usados para viabilizar a movimentação dos valores e realizar a distribuição dos montantes, compondo um esquema de lavagem de dinheiro que gerou cerca de R$ 100 milhões em prejuízos. Operação Caminhonete apreendida em posse de Thiago da Matta Fagundes durante operação Divulgação/Polícia Civil Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a Thiago e a pessoas suspeitas de atuarem como laranjas dele. As ordens foram cumpridas nas cidades de Goiânia, Porangatu e Pindamonhangaba (SP). Durante a operação, realizada na terça-feira (29), o agropecuarista foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Conforme consta no sistema do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), ele pagou fiança e foi solto. O valor da fiança não foi informado. Foram apreendidos documentos, celulares, computadores e registros bancários que, segundo a polícia, poderão ajudar na reconstrução do esquema e na identificação de outras pessoas envolvidas. Durante a operação, também foi apreendida uma caminhonete usada por Thiago. Para ocultar a origem e a real propriedade do bem, ele apresentou aos policiais um contrato de locação do veículo, o que, para a polícia, “certamente contribuirá para a investigação do crime de lavagem de dinheiro”. No geral, o agropecuarista é suspeito de estelionato, falsificação de documentos públicos, uso de documento falso e associação criminosa.