Mulher que pediu demissão para viajar do litoral de SP à Bahia de bicicleta já passou por mais de 20 cidades
Elza Pereira de Lima, de 34 anos, quer pedalar por aproximadamente dois mil quilômetros para realizar o sonho de conhecer a Chapada Diamantina (BA). Segundo ela, ainda não há previsão para a chegada. Elza no primeiro dia de viagem (à esq.) e perto de placa em estrada Arquivo pessoal A moradora de Guarujá, no litoral de São Paulo, que está viajando de bicicleta rumo à Bahia, já passou por mais de 20 cidades em menos de um mês. Após pedir demissão dos dois empregos, Elza Pereira de Lima, de 34 anos, iniciou a trajetória com destino à Chapada Diamantina (BA) em 1º de outubro. Na última atualização ao g1, ela contou que estava no estado de Minas Gerais. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Elza mora com a mãe em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá (SP). Ela trabalhava como assistente administrativa em um escritório de engenharia civil e também na área comercial de uma empresa de engenharia elétrica. No início do mês, decidiu realizar o sonho de conhecer a Chapada. “Algumas [cidades] eu fiz duas em um dia, por serem muito ao lado uma da outra... Talvez por isso deu bastante”, disse Elza ao g1. Elza embarcou na aventura rumo à Bahia no início de outubro Arquivo pessoal Elza chegou em São Thomé das Letras no dia 17, passando um tempo no local devido às fortes chuvas que atingiram o município. Ela deixou a cidade na última terça-feira (22), seguindo sentido São Bento Abade (MG), por onde teve uma passagem breve antes de seguir para Luminárias (MG). "Em Luminárias eu dormi, e no dia 23 segui para Carrancas, lá fiquei até dia 25. Dia 26 [sábado] segui para o povoado Capela do Saco e dormi por lá. Dia 27 atravessei a represa sentido Caquende e já estou chegando em São Sebastião da Vitória", disse a viajante ao g1, no domingo (27). Veja as cidades e povoados percorridas por Elza até o momento, saindo de Guarujá: Bertioga (SP) Mogi das Cruzes (SP) Taubaté (SP) Aparecida (SP) Guaratinguetá (SP) Cachoeira Paulista (SP) Cruzeiro (SP) Passa Quatro (MG) Itanhandu (MG) Itamonte (MG) Pouso Alto (MG) São Sebastião do Rio Verde (MG) São Lourenço (MG) Caxambu (MG) Baependi (MG) Cruzília (MG) São Thomé das Letras (MG) São Bento Abade (MG) Luminárias (MG) Carrancas (MG) Povoado Capela do Saco (MG) Caquende (MG) São Sebastião da Vitória, distrito de São João Del-Rei (MG) Sem previsão Elza contou ao g1 que, em caso de não conseguir acolhimento em casas pelas cidades por onde passa, monta a barraca em um local que considera seguro. Para fazer a viagem, a mulher usa um par de botas confortáveis, antes utilizadas em trilhas, e tenta pedalar 30 km por dia. "Não tenho previsão de quando vou chegar e [também] não faço a menor ideia de onde vou ficar. Mas, muito provavelmente, devo levar pelo menos uns três, quatro meses para chegar lá", disse ela. Elza afirmou anteriormente que o fato de não estar em um relacionamento ou ter filhos permitiu que seguisse os planos sem grandes obstáculos. Galerias Relacionadas Apesar disso, ela contou que os amigos e a família acharam a medida "maluca". Mesmo assim, não recebeu críticas das pessoas próximas. “A minha mãe, se pudesse, teria me algemado para eu não sair de casa", brincou Elza. "Na verdade, eles desejam profundamente que dê tudo certo. Só desejam proteção para mim com a preocupação inevitável”. A viajante contou que sempre nutriu o desejo de viajar de bicicleta. A decisão, porém, foi tomada há um ano. Questionada sobre as motivações de fazer o percurso desta forma, ela respondeu que o caso é "complexo", uma vez que as razões vão além do fator econômico. “Em resumo, [foi] a descoberta de que a gente não precisa de muito para realizar sonhos, para conhecer o outro lado do mundo que a gente não vê na TV”, disse Elza. Dormindo na estrada Elza usa barraca para dormir durante a viagem de bicicleta Arquivo pessoal A mulher levou itens que considera "básicos" para a viagem, como uma barraca, panelas, roupas, água e um fogareiro à base de etanol para cozinhar os alimentos. Um dos principais desafios, segundo ela, é saber onde vai pernoitar, já que evita fazer reservas em pousadas e hotéis pelo caminho. Quando chegou em Minas Gerais, Elza seguiu o trajeto pela Estrada Real. Nos primeiros três dias, ela estranhou a dificuldade do caminho devido às diversas subidas. A mulher explicou que, normalmente, prefere fazer o percurso por estradas de terra, evitando pegar a pista. "Não reservo nada, espero chegar no local onde preciso e vou verificando, ou pergunto para alguém se [me] deixa montar a barraca num espacinho, ou se a pessoa conhece algum local na região", explicou. Elza levou panelas e instrumentos básicos para cozinhar alimentos na viagem Arquivo pessoal Desde que começou o percurso, Elza já foi acolhida por famílias e até dormiu em um posto de gasolina, dentro da barraca que levou para a viagem. Uma das ajudas solidárias partiu de um sargento da Polícia Militar, que a abordou em Mogi das Cruzes para questioná-la sobre o trajeto e acabou abrigando-a.
Elza Pereira de Lima, de 34 anos, quer pedalar por aproximadamente dois mil quilômetros para realizar o sonho de conhecer a Chapada Diamantina (BA). Segundo ela, ainda não há previsão para a chegada. Elza no primeiro dia de viagem (à esq.) e perto de placa em estrada Arquivo pessoal A moradora de Guarujá, no litoral de São Paulo, que está viajando de bicicleta rumo à Bahia, já passou por mais de 20 cidades em menos de um mês. Após pedir demissão dos dois empregos, Elza Pereira de Lima, de 34 anos, iniciou a trajetória com destino à Chapada Diamantina (BA) em 1º de outubro. Na última atualização ao g1, ela contou que estava no estado de Minas Gerais. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Elza mora com a mãe em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá (SP). Ela trabalhava como assistente administrativa em um escritório de engenharia civil e também na área comercial de uma empresa de engenharia elétrica. No início do mês, decidiu realizar o sonho de conhecer a Chapada. “Algumas [cidades] eu fiz duas em um dia, por serem muito ao lado uma da outra... Talvez por isso deu bastante”, disse Elza ao g1. Elza embarcou na aventura rumo à Bahia no início de outubro Arquivo pessoal Elza chegou em São Thomé das Letras no dia 17, passando um tempo no local devido às fortes chuvas que atingiram o município. Ela deixou a cidade na última terça-feira (22), seguindo sentido São Bento Abade (MG), por onde teve uma passagem breve antes de seguir para Luminárias (MG). "Em Luminárias eu dormi, e no dia 23 segui para Carrancas, lá fiquei até dia 25. Dia 26 [sábado] segui para o povoado Capela do Saco e dormi por lá. Dia 27 atravessei a represa sentido Caquende e já estou chegando em São Sebastião da Vitória", disse a viajante ao g1, no domingo (27). Veja as cidades e povoados percorridas por Elza até o momento, saindo de Guarujá: Bertioga (SP) Mogi das Cruzes (SP) Taubaté (SP) Aparecida (SP) Guaratinguetá (SP) Cachoeira Paulista (SP) Cruzeiro (SP) Passa Quatro (MG) Itanhandu (MG) Itamonte (MG) Pouso Alto (MG) São Sebastião do Rio Verde (MG) São Lourenço (MG) Caxambu (MG) Baependi (MG) Cruzília (MG) São Thomé das Letras (MG) São Bento Abade (MG) Luminárias (MG) Carrancas (MG) Povoado Capela do Saco (MG) Caquende (MG) São Sebastião da Vitória, distrito de São João Del-Rei (MG) Sem previsão Elza contou ao g1 que, em caso de não conseguir acolhimento em casas pelas cidades por onde passa, monta a barraca em um local que considera seguro. Para fazer a viagem, a mulher usa um par de botas confortáveis, antes utilizadas em trilhas, e tenta pedalar 30 km por dia. "Não tenho previsão de quando vou chegar e [também] não faço a menor ideia de onde vou ficar. Mas, muito provavelmente, devo levar pelo menos uns três, quatro meses para chegar lá", disse ela. Elza afirmou anteriormente que o fato de não estar em um relacionamento ou ter filhos permitiu que seguisse os planos sem grandes obstáculos. Galerias Relacionadas Apesar disso, ela contou que os amigos e a família acharam a medida "maluca". Mesmo assim, não recebeu críticas das pessoas próximas. “A minha mãe, se pudesse, teria me algemado para eu não sair de casa", brincou Elza. "Na verdade, eles desejam profundamente que dê tudo certo. Só desejam proteção para mim com a preocupação inevitável”. A viajante contou que sempre nutriu o desejo de viajar de bicicleta. A decisão, porém, foi tomada há um ano. Questionada sobre as motivações de fazer o percurso desta forma, ela respondeu que o caso é "complexo", uma vez que as razões vão além do fator econômico. “Em resumo, [foi] a descoberta de que a gente não precisa de muito para realizar sonhos, para conhecer o outro lado do mundo que a gente não vê na TV”, disse Elza. Dormindo na estrada Elza usa barraca para dormir durante a viagem de bicicleta Arquivo pessoal A mulher levou itens que considera "básicos" para a viagem, como uma barraca, panelas, roupas, água e um fogareiro à base de etanol para cozinhar os alimentos. Um dos principais desafios, segundo ela, é saber onde vai pernoitar, já que evita fazer reservas em pousadas e hotéis pelo caminho. Quando chegou em Minas Gerais, Elza seguiu o trajeto pela Estrada Real. Nos primeiros três dias, ela estranhou a dificuldade do caminho devido às diversas subidas. A mulher explicou que, normalmente, prefere fazer o percurso por estradas de terra, evitando pegar a pista. "Não reservo nada, espero chegar no local onde preciso e vou verificando, ou pergunto para alguém se [me] deixa montar a barraca num espacinho, ou se a pessoa conhece algum local na região", explicou. Elza levou panelas e instrumentos básicos para cozinhar alimentos na viagem Arquivo pessoal Desde que começou o percurso, Elza já foi acolhida por famílias e até dormiu em um posto de gasolina, dentro da barraca que levou para a viagem. Uma das ajudas solidárias partiu de um sargento da Polícia Militar, que a abordou em Mogi das Cruzes para questioná-la sobre o trajeto e acabou abrigando-a. "Eu estava em uma avenida do centro de Mogi e ele passou do meu lado e pediu para eu encostar. Eu levei um susto no momento porque pensei que eu estivesse trafegando com a bike em via que não fosse permitido. Pensei que ele chamaria minha atenção", recordou. Apesar dos poucos itens que levou, Elza continua fazendo uso do celular para avisar a família sobre o andamento da viagem. Medo Parada para preparar um lache em São José dos Campos no dia 5 (à esq.) e Pouso Alto (MG), no dia 15 (à dir.) Arquivo pessoal Elza ressaltou que não pedala profissionalmente, mas sempre gostou da bicicleta. Por isso, ela considera apenas que uniu o "útil ao agradável" e ao "econômico". A mulher disse que tenta ser destemida na estrada, mas confessou que, em determinadas situações, sofre com o sentimento negativo. "O medo, com certeza, existe. Não tem como, porque estou sozinha, exposta e em um local que nunca vim antes. Nunca passei por esses lugares, nunca passei por essas estradas", disse ela. "[Existem] trechos em que você pedala bastante sem ver nada". VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos