Mulheres ainda são subdiagnosticadas e não recebem o tratamento adequado num quadro de doença cardíaca
Consenso de especialistas da Sociedade Cardiovascular Britânica alerta que queixas e sintomas não são levados a sério, apesar de a enfermidade ser a principal causa de mortalidade feminina Na coluna do dia 19 de novembro, escrevi sobre a distorção existente nos ensaios clínicos, que excluem idosos dos testes, embora sejam eles os indivíduos que mais consomem medicamentos. A questão da representatividade também afeta as mulheres. Apesar de a situação já ter melhorado, está longe da ideal para a enfermidade que ocupa a posição número um em óbitos femininos: a doença coronariana. O médico André Ng, presidente da Sociedade Cardiovascular Britânica Divulgação Houve avanços significativos no atendimento aos pacientes, mas as mulheres continuam sendo subdiagnosticadas, frequentemente não recebem o tratamento adequado e ainda são sub-representadas nos ensaios clínicos, o que provoca mortes desnecessárias numa enfermidade que pode ser prevenida. O diagnóstico, fruto do consenso de especialistas da Sociedade Cardiovascular Britânica, foi publicado no fim de setembro na revista científica Heart. O quadro é desafiador para as mulheres, que recebem menos atenção do que os homens no controle de fatores de risco, como hipertensão e altos níveis de colesterol. Em sua trajetória, também encaram gestações, alterações hormonais e a menopausa, condições que não podem ser ignoradas. A publicação afirma que muitos profissionais de saúde acreditam, erroneamente, que o risco cardiovascular feminino é menor que o masculino: “mitos e preconceitos, mesmo que inconscientes, levam a uma percepção, e a práticas decorrentes dessa visão, de que não há discriminação no que se refere à doença cardíaca. O resultado é que as queixas das mulheres não são ouvidas e os sintomas não são levados a sério”, assinam seus mais de 30 autores. Para o médico André Ng, presidente da entidade, “o documento é o primeiro a detalhar, de forma clara, as diversas camadas de inequalidade existentes na abordagem clínica quando o paciente é mulher”. Entre outras medidas, o grupo de pesquisadores propõe: Alertar o público e os profissionais de saúde de que a doença arterial coronariana é a principal causa de morte entre as mulheres. Aumentar a conscientização dos fatores de risco especificamente femininos. Garantir a inclusão de mulheres nas pesquisas sobre a enfermidade e sua participação em ensaios clínicos. Monitorar, no público feminino, os efeitos cardiotóxicos da quimioterapia.
Consenso de especialistas da Sociedade Cardiovascular Britânica alerta que queixas e sintomas não são levados a sério, apesar de a enfermidade ser a principal causa de mortalidade feminina Na coluna do dia 19 de novembro, escrevi sobre a distorção existente nos ensaios clínicos, que excluem idosos dos testes, embora sejam eles os indivíduos que mais consomem medicamentos. A questão da representatividade também afeta as mulheres. Apesar de a situação já ter melhorado, está longe da ideal para a enfermidade que ocupa a posição número um em óbitos femininos: a doença coronariana. O médico André Ng, presidente da Sociedade Cardiovascular Britânica Divulgação Houve avanços significativos no atendimento aos pacientes, mas as mulheres continuam sendo subdiagnosticadas, frequentemente não recebem o tratamento adequado e ainda são sub-representadas nos ensaios clínicos, o que provoca mortes desnecessárias numa enfermidade que pode ser prevenida. O diagnóstico, fruto do consenso de especialistas da Sociedade Cardiovascular Britânica, foi publicado no fim de setembro na revista científica Heart. O quadro é desafiador para as mulheres, que recebem menos atenção do que os homens no controle de fatores de risco, como hipertensão e altos níveis de colesterol. Em sua trajetória, também encaram gestações, alterações hormonais e a menopausa, condições que não podem ser ignoradas. A publicação afirma que muitos profissionais de saúde acreditam, erroneamente, que o risco cardiovascular feminino é menor que o masculino: “mitos e preconceitos, mesmo que inconscientes, levam a uma percepção, e a práticas decorrentes dessa visão, de que não há discriminação no que se refere à doença cardíaca. O resultado é que as queixas das mulheres não são ouvidas e os sintomas não são levados a sério”, assinam seus mais de 30 autores. Para o médico André Ng, presidente da entidade, “o documento é o primeiro a detalhar, de forma clara, as diversas camadas de inequalidade existentes na abordagem clínica quando o paciente é mulher”. Entre outras medidas, o grupo de pesquisadores propõe: Alertar o público e os profissionais de saúde de que a doença arterial coronariana é a principal causa de morte entre as mulheres. Aumentar a conscientização dos fatores de risco especificamente femininos. Garantir a inclusão de mulheres nas pesquisas sobre a enfermidade e sua participação em ensaios clínicos. Monitorar, no público feminino, os efeitos cardiotóxicos da quimioterapia.