Pagamento do 13° salário pode ajudar quem tem dívidas a colocar as contas em dia

Brasileiros que moram nas capitais têm dívidas que consomem, em média, 30% da renda. Chegada do 13°, porém, pode aliviar a vida financeira. O 13° salário pode ajudar a pagar as dívidas Reprodução Um terço da renda dos brasileiros está comprometido com as dívidas, mas a chegada do 13° salário pode mudar esse cenário. Brasileiros estão fazendo os planos para usar o 13°. Entre eles, pode estar viajar, comprar uma televisão nova, uma geladeira ou caprichar na festa de final de ano, talvez. Mas, antes de planejar como gastar esse dinheiro, vale prestar atenção às dicas do economista Fabio Pina, assessor econômico da Fecomércio-SP. "Eu teria que pegar o meu 13°, que é um volume relevante de dinheiro, e olhar se eu tenho alguma dívida que custa muito caro. Então, eu teria que desistir do consumo e pagar, quitar o máximo possível dessas dívidas". Esse alerta disfarçado de dica tem motivo: quase 80% dos brasileiros estão endividados. Mas esse nem é o problemas. É normal ter alguma prestação para pagar: financiamento, parcelamento de um eletrodoméstico, cartão de crédito. O que preocupa são outros dois índices: a inadimplência e o quanto o consumidor compromete do seu orçamento. Um levantamento da Fecomércio-SP mostra que, em média, os brasileiros que moram nas capitais têm dívidas que consomem 30% da renda. Mas o número varia de cidade para cidade. Em Teresina (PI), o índice é de 43%, o que os especialistas consideram um número alto demais. Já em João Pessoa (PB), o número é bem menor: só 12%. E quem mora na capital paraibana planeja continuar assim. Não é de se estranhar que João Pessoa seja a capital brasileira com o menor, e portanto melhor, índice de inadimplência: apenas 6%. A inadimplência ocorre quando alguém não consegue pagar e atrasa alguma parcela de uma dívida. Em Belo Horizonte (MG), Natal (RN) e Porto Velho (RO) essa é a realidade de mais da metade das famílias. Em São Paulo (SP), esse índice é de 20%. O bibliotecário João Pontes Júnior é paulistano e, como para boa parte dos brasileiros, o maior medo dele é perder o controle do cartão de crédito. "Eu procuro sempre pagar o total do cartão. E esse mês não foi possível. Então eu paguei, mas eu acabei entrando no limite. Então, você veste um santo e desveste o outro, né?", comenta João. E como para a maioria dos brasileiros também, o 13° salário é a saída — e a tentação. "Parece que a gente conta com o 13°, né? Você faz 'bom, eu vou ter o 13°, eu posso gastar um pouco mais'", diz João. E para todo mundo que está na mesma situação, vale ouvir mais um conselho do Fábio Pina: "fazer um esforço nesse ano para quitar dívidas e estar apto a consumir melhor no próximo ano, nos próximos meses, talvez seja um ato é inteligente. É exatamente como ir para academia, né? O esforço vem antes do resultado".

Nov 23, 2024 - 21:00
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Pagamento do 13° salário pode ajudar quem tem dívidas a colocar as contas em dia

Brasileiros que moram nas capitais têm dívidas que consomem, em média, 30% da renda. Chegada do 13°, porém, pode aliviar a vida financeira. O 13° salário pode ajudar a pagar as dívidas Reprodução Um terço da renda dos brasileiros está comprometido com as dívidas, mas a chegada do 13° salário pode mudar esse cenário. Brasileiros estão fazendo os planos para usar o 13°. Entre eles, pode estar viajar, comprar uma televisão nova, uma geladeira ou caprichar na festa de final de ano, talvez. Mas, antes de planejar como gastar esse dinheiro, vale prestar atenção às dicas do economista Fabio Pina, assessor econômico da Fecomércio-SP. "Eu teria que pegar o meu 13°, que é um volume relevante de dinheiro, e olhar se eu tenho alguma dívida que custa muito caro. Então, eu teria que desistir do consumo e pagar, quitar o máximo possível dessas dívidas". Esse alerta disfarçado de dica tem motivo: quase 80% dos brasileiros estão endividados. Mas esse nem é o problemas. É normal ter alguma prestação para pagar: financiamento, parcelamento de um eletrodoméstico, cartão de crédito. O que preocupa são outros dois índices: a inadimplência e o quanto o consumidor compromete do seu orçamento. Um levantamento da Fecomércio-SP mostra que, em média, os brasileiros que moram nas capitais têm dívidas que consomem 30% da renda. Mas o número varia de cidade para cidade. Em Teresina (PI), o índice é de 43%, o que os especialistas consideram um número alto demais. Já em João Pessoa (PB), o número é bem menor: só 12%. E quem mora na capital paraibana planeja continuar assim. Não é de se estranhar que João Pessoa seja a capital brasileira com o menor, e portanto melhor, índice de inadimplência: apenas 6%. A inadimplência ocorre quando alguém não consegue pagar e atrasa alguma parcela de uma dívida. Em Belo Horizonte (MG), Natal (RN) e Porto Velho (RO) essa é a realidade de mais da metade das famílias. Em São Paulo (SP), esse índice é de 20%. O bibliotecário João Pontes Júnior é paulistano e, como para boa parte dos brasileiros, o maior medo dele é perder o controle do cartão de crédito. "Eu procuro sempre pagar o total do cartão. E esse mês não foi possível. Então eu paguei, mas eu acabei entrando no limite. Então, você veste um santo e desveste o outro, né?", comenta João. E como para a maioria dos brasileiros também, o 13° salário é a saída — e a tentação. "Parece que a gente conta com o 13°, né? Você faz 'bom, eu vou ter o 13°, eu posso gastar um pouco mais'", diz João. E para todo mundo que está na mesma situação, vale ouvir mais um conselho do Fábio Pina: "fazer um esforço nesse ano para quitar dívidas e estar apto a consumir melhor no próximo ano, nos próximos meses, talvez seja um ato é inteligente. É exatamente como ir para academia, né? O esforço vem antes do resultado".