Parentes de Marielle e Anderson fazem missa no Cristo Redentor; assassinos vão a júri popular esta semana

O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz acontecerá na próxima quarta-feira (30). Na noite deste domingo (27), parentes da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes se reuniram em uma missa aos pés do Cristo Redentor. A cerimônia aconteceu às vésperas do julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de participação do crime. O júri está marcado para a próxima quarta-feira (30). "Tem tanta coisa ainda [para acontecer], mas acho que é o primeiro passo [o julgamento dos assassinos confessos]. A gente tem depois o julgamento dos mandantes. Mas é o primeiro passo. É um misto de dor e de esperança também", destacou Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes. A missa faz parte de uma série de eventos do Instituto Marielle Franco para chamar a atenção da opinião pública e exigir respostas da justiça. Nesta semana, mais de 6 anos e 7 meses do crime, os ex-PMs acusados das mortes serão julgados. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão à júri popular, no 4º Tribunal do Juri do RJ, na próxima quarta. A ex-vereadora e o motorista foram assassinados a tiros em 14 de março de 2018 e, apesar da ampla repercussão do crime, até hoje não houve julgamento dos acusados pelas execuções. "É um processo muito árduo, que a gente tem que ficar alerta. Foram anos e ainda é um processo de muita luta para a gente continuar pressionando e mobilizando. É um momento ainda maior de mobilização para que a gente consiga de fato a responsabilização, a primeira responsabilização desse caso depois de praticamente sete anos", disse Diana Mendes, diretora de estratégia e sustentabilidade do Instituto Marielle Franco. Os acusados de serem os mandantes do crime — o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa — também ainda não foram julgados. Em março deste ano, os irmãos Brazão e o ex-delegado do caso foram presos. Eles estão em presídios de segurança máxima. Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) colheu os depoimentos dos três. Eles negam participação no crime. No dia do julgamento dos ex-PMs, na quarta, familiares e amigos de Marielle e Anderson programaram uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Rio. "Até hoje não tem ninguém condenado no caso da minha filha, como não tem ninguém condenado em tantos outros casos. Mas é fundamental que a gente tenha justiça. Cada vez mais para ela, para o Anderson e para quem precisar. Porque é isso que o Brasil e o mundo esperam. Enquanto mãe, enquanto família, a gente dizer que é importante sim que tenha uma condenação para esses homens que cometeram e que são réus confessos no caso da Marielle e Anderson", saliente Marinete Silva, mãe de Marielle Franco.

Out 28, 2024 - 07:00
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Parentes de Marielle e Anderson fazem missa no Cristo Redentor; assassinos vão a júri popular esta semana
O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz acontecerá na próxima quarta-feira (30). Na noite deste domingo (27), parentes da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes se reuniram em uma missa aos pés do Cristo Redentor. A cerimônia aconteceu às vésperas do julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de participação do crime. O júri está marcado para a próxima quarta-feira (30). "Tem tanta coisa ainda [para acontecer], mas acho que é o primeiro passo [o julgamento dos assassinos confessos]. A gente tem depois o julgamento dos mandantes. Mas é o primeiro passo. É um misto de dor e de esperança também", destacou Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes. A missa faz parte de uma série de eventos do Instituto Marielle Franco para chamar a atenção da opinião pública e exigir respostas da justiça. Nesta semana, mais de 6 anos e 7 meses do crime, os ex-PMs acusados das mortes serão julgados. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão à júri popular, no 4º Tribunal do Juri do RJ, na próxima quarta. A ex-vereadora e o motorista foram assassinados a tiros em 14 de março de 2018 e, apesar da ampla repercussão do crime, até hoje não houve julgamento dos acusados pelas execuções. "É um processo muito árduo, que a gente tem que ficar alerta. Foram anos e ainda é um processo de muita luta para a gente continuar pressionando e mobilizando. É um momento ainda maior de mobilização para que a gente consiga de fato a responsabilização, a primeira responsabilização desse caso depois de praticamente sete anos", disse Diana Mendes, diretora de estratégia e sustentabilidade do Instituto Marielle Franco. Os acusados de serem os mandantes do crime — o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa — também ainda não foram julgados. Em março deste ano, os irmãos Brazão e o ex-delegado do caso foram presos. Eles estão em presídios de segurança máxima. Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) colheu os depoimentos dos três. Eles negam participação no crime. No dia do julgamento dos ex-PMs, na quarta, familiares e amigos de Marielle e Anderson programaram uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Rio. "Até hoje não tem ninguém condenado no caso da minha filha, como não tem ninguém condenado em tantos outros casos. Mas é fundamental que a gente tenha justiça. Cada vez mais para ela, para o Anderson e para quem precisar. Porque é isso que o Brasil e o mundo esperam. Enquanto mãe, enquanto família, a gente dizer que é importante sim que tenha uma condenação para esses homens que cometeram e que são réus confessos no caso da Marielle e Anderson", saliente Marinete Silva, mãe de Marielle Franco.