Presidente pró-Ocidente vence eleição na Moldávia marcada por denúncias de interferência russa

Sandu, que é a favor da entrada do país na União Europeia, havia vencido o primeiro turno das eleições presidenciais na Moldávia, que aconteceu no último dia 20. Maia Sandu, presidente da Moldávia, discursa após anúncio de sua reeleição Vladislav Culiomza/Reuters A presidente pró-Ocidente da Moldávia, Maia Sandu, foi reeleita em segundo turno neste domingo (3). Ela disputava o cargo contra um adversário visto como pró-Rússia numa corrida que foi ofuscada por alegações de interferência russa, fraude eleitoral e intimidação. Com quase 99% dos votos contados no segundo turno das eleições presidenciais realizadas no domingo, Sandu obteve 54,7% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral Central, em comparação com 45,3% de Alexandr Stoianoglo, um ex-procurador-geral que foi apoiado pelo Partido dos Socialistas pró-Rússia. O resultado é visto com alívio pelas potências europeias, que apoiaram fortemente a candidatura de Sandu. Seu governo está tentando fazer com que o país seja aceito na União Europeia. “Moldávia, você é vitoriosa! Hoje, queridos moldavos, vocês deram uma lição de democracia, digna de ser escrita nos livros de história. Hoje vocês salvaram a Moldávia!”, disse Sandu após reivindicar a vitória. Ela prosseguiu afirmando que o voto do seu país tinha enfrentado um "ataque sem precedentes" por meio de supostos esquemas que incluíam compra de votos e interferência eleitoral "por forças hostis de fora do país" e grupos criminosos. Denúncias de interferência de Moscou Autoridades da Moldávia alegaram que identificaram uma "interferência massiva" da Rússia nas votações do segundo turno das eleições presidenciais, que acontecem neste domingo (3). A informação foi confirmada por Stanislav Secrieru, conselheiro de segurança nacional do governo Sandu. Presidente da Moldávia, Maia Sandu, que tenta reeleição, é pró-Europa Aurel Obreja/AP "Estamos vendo uma interferência massiva da Rússia no nosso processo eleitoral, enquanto moldavos votam no segundo turno presidencial hoje — um esforço com alto potencial para distorcer o resultado", escreveu Secrieru no X (antigo Twitter). O conselheiro ainda afirmou que as autoridade estão em "alerta máximo". LEIA TAMBÉM O que a Rússia quer com a Moldávia? Moldávia, um país entre a solidariedade e o medo Transnístria, a região da Moldávia que pede 'proteção' da Rússia e acende temor de nova frente de guerra Sandu, que é pró-União Europeia, havia vencido o primeiro turno das eleições presidenciais na Moldávia, que aconteceu no último dia 20. Toda a campanha para as eleições neste ano foi marcada pelo temores de interferência russa nos resultados, segundo agências de notícias internacionais. Em suas redes sociais, Secrieru relatou que moldavos estavam sendo transportados para votar de forma organizada e ilegal a partir região separatista pró-Rússia da Transnístria, onde a Rússia tem soldados posicionados como mantenedores da paz. O transporte organizado de eleitores é proibido pela legislação eleitoral do país e os cidadãos moldavos precisam viajar até a região controlada pela Moldávia para votar. No entanto, esse transporte só pode ser feito por conta própria. Com os supostos transportes ilegais, até às 11h do horário do país, o número de pessoas que foram votar na região já havia ultrapassado o total de todo o período de votação do primeiro turno, segundo o conselheiro de segurança. A polícia reprimiu os deslocamentos para tentar evitar uma repetição do que eles disseram ser um "vasto esquema de compra de votos implantado por (Ilan) Shor (um oligarca fugitivo pró-Rússia) da Moldávia) " no primeiro turno e em um referendo sobre as aspirações do país com a União Europeia que foi realizado no mesmo dia. Maia Sandu disse que a intromissão afetou os resultados de 20 de outubro e que Shor tentou comprar os votos de 300 mil pessoas, mais de 10% da população. Em referendo, Moldávia diz "sim" à entrada na União Europeia Relações com a União Europeia Uma fonte do governo moldavo disse que Chisinau (capital da Moldávia) notificou várias nações da União Europeia sobre suspeitas de que que a Rússia tentaria atrapalhar a votação de expatriados moldavos em seções eleitorais em seus países. A fonte, que pediu para não ser identificada, disse que seções eleitorais no Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Espanha, Romênia e Estados Unidos podem ser alvo de interrupções, inclusive por meio do uso de bombas falsas. Os moldavos que vivem no Ocidente são tipicamente pró-europeus e mais propensos a apoiar Sandu, que defende o esforço da Moldávia para se juntar ao bloco de 27 nações até 2030. O referendo da União Europeia proporcionou uma vitória estreita de 50,35% para o campo pró-UE. Fuga de residentes e inflação A Moldávia luta contra as consequências da pandemia da Covid-19 e os efeitos da invasão da vizinha Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. Isso desencadeou um enorme fluxo de refugiados e reduziu drasticamente o fornecimento de gás russo, causando alta inflação. Em Gagauzia

Nov 3, 2024 - 22:30
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Presidente pró-Ocidente vence eleição na Moldávia marcada por denúncias de interferência russa

Sandu, que é a favor da entrada do país na União Europeia, havia vencido o primeiro turno das eleições presidenciais na Moldávia, que aconteceu no último dia 20. Maia Sandu, presidente da Moldávia, discursa após anúncio de sua reeleição Vladislav Culiomza/Reuters A presidente pró-Ocidente da Moldávia, Maia Sandu, foi reeleita em segundo turno neste domingo (3). Ela disputava o cargo contra um adversário visto como pró-Rússia numa corrida que foi ofuscada por alegações de interferência russa, fraude eleitoral e intimidação. Com quase 99% dos votos contados no segundo turno das eleições presidenciais realizadas no domingo, Sandu obteve 54,7% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral Central, em comparação com 45,3% de Alexandr Stoianoglo, um ex-procurador-geral que foi apoiado pelo Partido dos Socialistas pró-Rússia. O resultado é visto com alívio pelas potências europeias, que apoiaram fortemente a candidatura de Sandu. Seu governo está tentando fazer com que o país seja aceito na União Europeia. “Moldávia, você é vitoriosa! Hoje, queridos moldavos, vocês deram uma lição de democracia, digna de ser escrita nos livros de história. Hoje vocês salvaram a Moldávia!”, disse Sandu após reivindicar a vitória. Ela prosseguiu afirmando que o voto do seu país tinha enfrentado um "ataque sem precedentes" por meio de supostos esquemas que incluíam compra de votos e interferência eleitoral "por forças hostis de fora do país" e grupos criminosos. Denúncias de interferência de Moscou Autoridades da Moldávia alegaram que identificaram uma "interferência massiva" da Rússia nas votações do segundo turno das eleições presidenciais, que acontecem neste domingo (3). A informação foi confirmada por Stanislav Secrieru, conselheiro de segurança nacional do governo Sandu. Presidente da Moldávia, Maia Sandu, que tenta reeleição, é pró-Europa Aurel Obreja/AP "Estamos vendo uma interferência massiva da Rússia no nosso processo eleitoral, enquanto moldavos votam no segundo turno presidencial hoje — um esforço com alto potencial para distorcer o resultado", escreveu Secrieru no X (antigo Twitter). O conselheiro ainda afirmou que as autoridade estão em "alerta máximo". LEIA TAMBÉM O que a Rússia quer com a Moldávia? Moldávia, um país entre a solidariedade e o medo Transnístria, a região da Moldávia que pede 'proteção' da Rússia e acende temor de nova frente de guerra Sandu, que é pró-União Europeia, havia vencido o primeiro turno das eleições presidenciais na Moldávia, que aconteceu no último dia 20. Toda a campanha para as eleições neste ano foi marcada pelo temores de interferência russa nos resultados, segundo agências de notícias internacionais. Em suas redes sociais, Secrieru relatou que moldavos estavam sendo transportados para votar de forma organizada e ilegal a partir região separatista pró-Rússia da Transnístria, onde a Rússia tem soldados posicionados como mantenedores da paz. O transporte organizado de eleitores é proibido pela legislação eleitoral do país e os cidadãos moldavos precisam viajar até a região controlada pela Moldávia para votar. No entanto, esse transporte só pode ser feito por conta própria. Com os supostos transportes ilegais, até às 11h do horário do país, o número de pessoas que foram votar na região já havia ultrapassado o total de todo o período de votação do primeiro turno, segundo o conselheiro de segurança. A polícia reprimiu os deslocamentos para tentar evitar uma repetição do que eles disseram ser um "vasto esquema de compra de votos implantado por (Ilan) Shor (um oligarca fugitivo pró-Rússia) da Moldávia) " no primeiro turno e em um referendo sobre as aspirações do país com a União Europeia que foi realizado no mesmo dia. Maia Sandu disse que a intromissão afetou os resultados de 20 de outubro e que Shor tentou comprar os votos de 300 mil pessoas, mais de 10% da população. Em referendo, Moldávia diz "sim" à entrada na União Europeia Relações com a União Europeia Uma fonte do governo moldavo disse que Chisinau (capital da Moldávia) notificou várias nações da União Europeia sobre suspeitas de que que a Rússia tentaria atrapalhar a votação de expatriados moldavos em seções eleitorais em seus países. A fonte, que pediu para não ser identificada, disse que seções eleitorais no Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Espanha, Romênia e Estados Unidos podem ser alvo de interrupções, inclusive por meio do uso de bombas falsas. Os moldavos que vivem no Ocidente são tipicamente pró-europeus e mais propensos a apoiar Sandu, que defende o esforço da Moldávia para se juntar ao bloco de 27 nações até 2030. O referendo da União Europeia proporcionou uma vitória estreita de 50,35% para o campo pró-UE. Fuga de residentes e inflação A Moldávia luta contra as consequências da pandemia da Covid-19 e os efeitos da invasão da vizinha Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. Isso desencadeou um enorme fluxo de refugiados e reduziu drasticamente o fornecimento de gás russo, causando alta inflação. Em Gagauzia, uma região autônoma do sul amplamente pró-Rússia, uma dúzia de eleitores entrevistados pela Reuters do lado de fora de uma seção eleitoral sugeriram ou disseram abertamente que votaram em Stoianoglo. "Somos um país neutro e não precisamos da União Europeia. Nos últimos quatro anos, não vimos nada da nossa presidente... Os preços estão altos, tudo é caro, tudo", disse Dmitry, 57, um trabalhador comunitário.