Protesto de comunidades de pescadores e quilombolas interdita acesso ao Porto de Suape; entenda reivindicações
Ato é realizado desde as 6h desta segunda-feira (4), por diversos grupos de moradores da região. Comunidades de pescadores e quilombolas interditam acesso ao Porto de Suape em protesto Comunidades de pescadores e quilombolas que moram no entorno do Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, fizeram um protesto e interditaram a rotatória que dá acesso ao porto, na manhã desta segunda-feira (4). O ato causou um longo engarrafamento na PE-60 (veja vídeo acima). ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Duas das principais reivindicações do grupo são a inclusão de 89 pescadores artesanais num "auxílio-dragagem" criado para reduzir o impacto dessas obras na fonte de renda da população, bem como a suspensão de um projeto para realocar uma comunidade quilombola. Em uma carta de reivindicações, o grupo afirma que está instalado no território desde antes da criação do complexo portuário, e diz, também, que tem sido prejudicado das seguintes maneiras: As dragagens, segundo os manifestantes, "vêm destruindo os ecossistemas marinhos, depositando sedimentos em área de manguezais (o “bota-fora”) e assoreando todo o litoral do Cabo do Santo Agostinho e de Ipojuca"; Efluentes são despejados "de forma ilegal e criminosa por praticamente todas as empresas que estão instaladas no complexo". A ampliação do complexo portuário pretende suprimir as áreas de manguezais e instalar um Terminal de Minérios na Ilha de Cocaia, "território da tradicional Festa da Ouriçada que já é realizada há décadas". O Quilombo de Mercês, comunidade tradicional reconhecida pela Fundação Palmares, "tem sido tratada apenas como entrave para os avanços predatórios de Suape". O jornalista Chico Ludermir, membro do Fórum Suape, contou que os manifestantes chegaram ao local por volta das 6h. Às 12h45, todas as faixas da rotatória seguiam interditadas. "Há uma década se faz dragagens em períodos proibidos, e isso tem afetado pescadores e pescadoras e tem um impacto muito grande. Alguns deles estão num chamado 'auxílio-dragagem', mas 89 pescadores tiveram o auxílio negado. Eles pescam em territórios pesqueiros que foram afetados, mas Suape não deferiu o pagamento do auxílio. A reivindicação é que sejam interrompidas as dragagens durante o verão", contou o jornalista. Segundo Chico Ludermir, o complexo portuário chegou a enviar um representante ao local, mas não deu nenhuma garantia de que iria cumprir alguma das reivindicações. "Ele disse que não tinha condições de dar uma resposta, que só poderia falar algo daqui a 15 dias, e as comunidades se reuniram e disseram que era insuficiente", afirmou. O g1 entrou em contato com o Suape para saber se o porto vai cumprir alguma reivindicação, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Moradores reunidos com representantes do Porto de Suape Chico Ludermir/Divulgação VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias
Ato é realizado desde as 6h desta segunda-feira (4), por diversos grupos de moradores da região. Comunidades de pescadores e quilombolas interditam acesso ao Porto de Suape em protesto Comunidades de pescadores e quilombolas que moram no entorno do Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, fizeram um protesto e interditaram a rotatória que dá acesso ao porto, na manhã desta segunda-feira (4). O ato causou um longo engarrafamento na PE-60 (veja vídeo acima). ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Duas das principais reivindicações do grupo são a inclusão de 89 pescadores artesanais num "auxílio-dragagem" criado para reduzir o impacto dessas obras na fonte de renda da população, bem como a suspensão de um projeto para realocar uma comunidade quilombola. Em uma carta de reivindicações, o grupo afirma que está instalado no território desde antes da criação do complexo portuário, e diz, também, que tem sido prejudicado das seguintes maneiras: As dragagens, segundo os manifestantes, "vêm destruindo os ecossistemas marinhos, depositando sedimentos em área de manguezais (o “bota-fora”) e assoreando todo o litoral do Cabo do Santo Agostinho e de Ipojuca"; Efluentes são despejados "de forma ilegal e criminosa por praticamente todas as empresas que estão instaladas no complexo". A ampliação do complexo portuário pretende suprimir as áreas de manguezais e instalar um Terminal de Minérios na Ilha de Cocaia, "território da tradicional Festa da Ouriçada que já é realizada há décadas". O Quilombo de Mercês, comunidade tradicional reconhecida pela Fundação Palmares, "tem sido tratada apenas como entrave para os avanços predatórios de Suape". O jornalista Chico Ludermir, membro do Fórum Suape, contou que os manifestantes chegaram ao local por volta das 6h. Às 12h45, todas as faixas da rotatória seguiam interditadas. "Há uma década se faz dragagens em períodos proibidos, e isso tem afetado pescadores e pescadoras e tem um impacto muito grande. Alguns deles estão num chamado 'auxílio-dragagem', mas 89 pescadores tiveram o auxílio negado. Eles pescam em territórios pesqueiros que foram afetados, mas Suape não deferiu o pagamento do auxílio. A reivindicação é que sejam interrompidas as dragagens durante o verão", contou o jornalista. Segundo Chico Ludermir, o complexo portuário chegou a enviar um representante ao local, mas não deu nenhuma garantia de que iria cumprir alguma das reivindicações. "Ele disse que não tinha condições de dar uma resposta, que só poderia falar algo daqui a 15 dias, e as comunidades se reuniram e disseram que era insuficiente", afirmou. O g1 entrou em contato com o Suape para saber se o porto vai cumprir alguma reivindicação, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Moradores reunidos com representantes do Porto de Suape Chico Ludermir/Divulgação VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias