Relação entre EUA e Brasil não deve mudar muito após a eleição americana, independentemente de quem vença

No caso de uma vitória de Kamala Harris, poderá haver mais proximidade entre os governos. No caso de uma vitória de Trump, não se pode esperar nada de uma relação dele com o presidente Lula (PT). Natuza Nery: Relação entre EUA e Brasil não deve mudar muito após a eleição americana A relação dos Estados Unidos com o Brasil após a eleição presidencial americana, seja com a vitória da democrata Kamala Harri ou do republicano Donald Trump, não deve mudar muito. No caso de uma vitória de Trump, apesar de um distanciamento político e ideológico com o governo brasileiro, nada deve mudar. E no caso de uma vitória de Kamala, poderá haver mais proximidade entre os governos, talvez com uma relação mais amistosa entre os presidentes dos dois países. Nos dois casos, o Brasil continua não sendo estratégico nem prioritário para os EUA. A situação econômica dos EUA e a situação geopolítica estão tão complexas que o próximo presidente vai ter que olhar para outros lugares do mundo que não o Brasil. Diplomatas brasileiros com quem o blog conversou acreditam que o Brasil está tão atrás de outros países na "lista de vingança" que, para o Trump, os primeiros dessa lista serão governos mais estratégicos. Do ponto de vista pessoal entre presidentes, não esperamos nada de relação entre Trump e o presidente Lula (PT). O maior impacto da possível eleição de Trump para o Brasil, caso ele seja eleito, será do ponto de vista da economia. Caso sua política seja restritiva sobre as importações, isso pode afetar o Brasil, mas, de maneira mais forte, a China. E se a China for muito impactada por essas medidas, isso certamente refletirá por aqui. LEIA TAMBÉM: 270 votos vão eleger o próximo presidente dos Estados Unidos; saiba o porquê Eleições nos EUA: Kamala e Trump têm empate técnico em todos os estados-chave, aponta nova pesquisa do New York Times/Siena Swing states: mapas mostram o vaivém entre democratas e republicanos nos estados-chave da eleição dos EUA Ainda, caso Trump seja eleito, a hipótese de uma política econômica de forte pressão inflacionária também pode abalar o Brasil. Quanto nos EUA a inflação está forte, o Banco Central americano aumenta a taxa de juros. Com isso, os investidores que estão interessados em dinheiro rápido vão para os Estados Unidos porque lá é mais seguro investir do que no Brasil. Normalmente, o cenário que se vê, independentemente do especialista, do investidor ou do integrante do governo com o blog conversou, afirma que o risco maior de Trump está na economia brasileira. Obviamente, porque a economia do mundo inteiro vai ser impactada. Contudo, onde há um impacto real no Brasil está na agenda climática. Uma das primeiras medidas de Trump, caso seja eleito, é sair do Acordo de Paris, e isso tem um impacto enorme para o Brasil e para a humanidade como um todo.

Nov 4, 2024 - 20:00
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Relação entre EUA e Brasil não deve mudar muito após a eleição americana, independentemente de quem vença
No caso de uma vitória de Kamala Harris, poderá haver mais proximidade entre os governos. No caso de uma vitória de Trump, não se pode esperar nada de uma relação dele com o presidente Lula (PT). Natuza Nery: Relação entre EUA e Brasil não deve mudar muito após a eleição americana A relação dos Estados Unidos com o Brasil após a eleição presidencial americana, seja com a vitória da democrata Kamala Harri ou do republicano Donald Trump, não deve mudar muito. No caso de uma vitória de Trump, apesar de um distanciamento político e ideológico com o governo brasileiro, nada deve mudar. E no caso de uma vitória de Kamala, poderá haver mais proximidade entre os governos, talvez com uma relação mais amistosa entre os presidentes dos dois países. Nos dois casos, o Brasil continua não sendo estratégico nem prioritário para os EUA. A situação econômica dos EUA e a situação geopolítica estão tão complexas que o próximo presidente vai ter que olhar para outros lugares do mundo que não o Brasil. Diplomatas brasileiros com quem o blog conversou acreditam que o Brasil está tão atrás de outros países na "lista de vingança" que, para o Trump, os primeiros dessa lista serão governos mais estratégicos. Do ponto de vista pessoal entre presidentes, não esperamos nada de relação entre Trump e o presidente Lula (PT). O maior impacto da possível eleição de Trump para o Brasil, caso ele seja eleito, será do ponto de vista da economia. Caso sua política seja restritiva sobre as importações, isso pode afetar o Brasil, mas, de maneira mais forte, a China. E se a China for muito impactada por essas medidas, isso certamente refletirá por aqui. LEIA TAMBÉM: 270 votos vão eleger o próximo presidente dos Estados Unidos; saiba o porquê Eleições nos EUA: Kamala e Trump têm empate técnico em todos os estados-chave, aponta nova pesquisa do New York Times/Siena Swing states: mapas mostram o vaivém entre democratas e republicanos nos estados-chave da eleição dos EUA Ainda, caso Trump seja eleito, a hipótese de uma política econômica de forte pressão inflacionária também pode abalar o Brasil. Quanto nos EUA a inflação está forte, o Banco Central americano aumenta a taxa de juros. Com isso, os investidores que estão interessados em dinheiro rápido vão para os Estados Unidos porque lá é mais seguro investir do que no Brasil. Normalmente, o cenário que se vê, independentemente do especialista, do investidor ou do integrante do governo com o blog conversou, afirma que o risco maior de Trump está na economia brasileira. Obviamente, porque a economia do mundo inteiro vai ser impactada. Contudo, onde há um impacto real no Brasil está na agenda climática. Uma das primeiras medidas de Trump, caso seja eleito, é sair do Acordo de Paris, e isso tem um impacto enorme para o Brasil e para a humanidade como um todo.