Saiba como funcionava esquema que aplicou golpe na mãe da modelo Carol Trentini e causou prejuízo de R$ 7 milhões em vítimas de todo o país

De acordo com a polícia, nesta segunda fase foi identificado o operador da suposta organização criminosa. Investigações começaram a partir do caso da vítima em Santa Catarina. Carol Trentini e a mãe, Lourdes - Goiás Reprodução/Instagram Um esquema que aplicava o golpe do “novo número”, que teve como vítima a mãe da modelo de Santa Catarina, Carol Trentini, em 2021, funcionava na Região Metropolitana de Goiânia, concluiu a Polícia Civil de Goiás (PC-GO). Segundo a investigação, além do crime cometido contra a mãe da modelo, os criminosos também fizeram vítimas em todo o país. O prejuízo causado chega a R$ 7 milhões. Nesta quinta-feira (7) aconteceu a segunda fase da Operação Paenitere, que prendeu 50 pessoas. Entre as quais, estaria o operador do esquema, um ex-detento do sistema prisional de Goiás. Segundo o delegado Maytan Santana Lima, ele foi identificado após a prisão de cinco pessoas em 2022. “Graças à primeira fase, que foram presos aqueles primeiros beneficiários, que conseguimos obter materiais dentro de celulares. Fizemos a análise desse material e também com medidas judiciais cautelares sigilosas, a gente aprofundou na investigação”, explicou o delegado Maytan Santana Lima. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos investigados até a última atualização desta reportagem. A partir dos dados coletados em 2021, o delegado disse que foi possível identificar o operador do esquema. Segundo Maytan, o homem é ex-detento do sistema prisional goiano e teria cometido o crime contra a mãe da modelo de dentro do presídio. “Ele foi preso novamente hoje. Na época, ele estava preso aqui na Unidade Prisional de Goiás e aplicou esse golpe sozinho. Tinha um celular e pegou os dados da vítima, como foto, e se passou pela filha da vítima”, relembra. Maytan explicou que a investigação do esquema começou com o caso da mãe da modelo de Santa Catarina e para as contas de quem foram feitas as transferências de PIX. Com as prisões feitas em 2022, a Polícia Civil passou a apurar a existência de uma associação criminosa para lavagem de dinheiro. Foi quando o perfil dos suspeitos foi sendo levantados. “A restauração de inquérito foi por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Naquele primeiro momento, quando ele [operador do esquema] fez as transferências, nos chamou a atenção: ‘Seis pessoas da Região Metropolitana de Goiânia receberam as transferências em conta’, daí identificamos eles”, afirmou Maytan. Perfil dos envolvidos Operação cumpre 50 mandados contra grupo suspeito de atuar no 'golpe do novo número' O delegado relata que são pessoas que emprestaram suas contas bancárias e a partir da associação ao esquema se formou uma rede entre parentes e conhecidos. “São casais, são pais e filhos. Então, tem muita gente do núcleo familiar. Às vezes, cinco pessoas da mesma família, que depois se associaram com mais cinco pessoas de outra família”, pontuou Maytan. “A gente nota que as pessoas acabam se associando a esse mundo criminoso, às vezes por familiares. Então, têm muitos casais presos, possivelmente o homem entrou nesse mundo criminoso e depois acabou convencendo a mulher também a participar dos crimes”, acrescenta o delegado. Ao todo, 50 pessoas foram presas nesta segunda fase da operação, quando foram cumpridos outros 50 mandatos de busca e apreensão. Além de prisões feitas em Goiás, foi preso um homem no município de Magé, no Rio de Janeiro; e outro suspeito em Barra do Garças (MT). Maytan destacou que o preso no Rio é de Goiás e teria se mudado para aquele estado recentemente. A estimativa da polícia é que o grupo tenha causado R$ 7 milhões de prejuízos a vítimas em todo o país. Por isso, foi solicitado o sequestro de bens do grupo neste valor. A PC-GO considera esta como a maior operação policial feita neste ano. LEIA TAMBÉM: Operação prende grupo suspeito de fraudes eletrônicas após golpe aplicado na mãe de modelo famosa Suspeitos de aplicar golpe de R$ 125 mil na mãe da modelo Carol Trentini são presos em Goiânia Suspeitos de causar prejuízo de quase R$ 1,5 milhão em fraudes a benefícios de idosos são alvo de operação da PF Relembre o caso Carol Trentini lança cover de 'True Colors' e diz que usa música como 'passatempo valioso' Divulgação A mãe da modelo Carol Trentini, Lourdes Trentini, de 70 anos, foi vítima do golpe do “novo número”, em 2021. Na época, ela transferiu para criminosos R$ 120 mil, por acreditar que estava conversando com a filha por aplicativo de mensagem. No início de 2022, após investigações, a PC-GO prendeu na Região Metropolitana de Goiânia cinco pessoas suspeita do crime. Depois dessas prisões e apreensões de celulares, a polícia passou a identificar as ligações entre as pessoas, por meio das transferências bancárias feitas pelas vítimas. Em 2022, de acordo com as investigações, os criminosos usaram um número de telefone com a foto da modelo e solicitaram que a vítima realizasse transferências bancárias e empréstimos. Primeiro, pediram para que Lourdes Trentini, mãe da modelo, sa

Nov 8, 2024 - 04:00
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Saiba como funcionava esquema que aplicou golpe na mãe da modelo Carol Trentini e causou prejuízo de R$ 7 milhões em vítimas de todo o país

De acordo com a polícia, nesta segunda fase foi identificado o operador da suposta organização criminosa. Investigações começaram a partir do caso da vítima em Santa Catarina. Carol Trentini e a mãe, Lourdes - Goiás Reprodução/Instagram Um esquema que aplicava o golpe do “novo número”, que teve como vítima a mãe da modelo de Santa Catarina, Carol Trentini, em 2021, funcionava na Região Metropolitana de Goiânia, concluiu a Polícia Civil de Goiás (PC-GO). Segundo a investigação, além do crime cometido contra a mãe da modelo, os criminosos também fizeram vítimas em todo o país. O prejuízo causado chega a R$ 7 milhões. Nesta quinta-feira (7) aconteceu a segunda fase da Operação Paenitere, que prendeu 50 pessoas. Entre as quais, estaria o operador do esquema, um ex-detento do sistema prisional de Goiás. Segundo o delegado Maytan Santana Lima, ele foi identificado após a prisão de cinco pessoas em 2022. “Graças à primeira fase, que foram presos aqueles primeiros beneficiários, que conseguimos obter materiais dentro de celulares. Fizemos a análise desse material e também com medidas judiciais cautelares sigilosas, a gente aprofundou na investigação”, explicou o delegado Maytan Santana Lima. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos investigados até a última atualização desta reportagem. A partir dos dados coletados em 2021, o delegado disse que foi possível identificar o operador do esquema. Segundo Maytan, o homem é ex-detento do sistema prisional goiano e teria cometido o crime contra a mãe da modelo de dentro do presídio. “Ele foi preso novamente hoje. Na época, ele estava preso aqui na Unidade Prisional de Goiás e aplicou esse golpe sozinho. Tinha um celular e pegou os dados da vítima, como foto, e se passou pela filha da vítima”, relembra. Maytan explicou que a investigação do esquema começou com o caso da mãe da modelo de Santa Catarina e para as contas de quem foram feitas as transferências de PIX. Com as prisões feitas em 2022, a Polícia Civil passou a apurar a existência de uma associação criminosa para lavagem de dinheiro. Foi quando o perfil dos suspeitos foi sendo levantados. “A restauração de inquérito foi por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Naquele primeiro momento, quando ele [operador do esquema] fez as transferências, nos chamou a atenção: ‘Seis pessoas da Região Metropolitana de Goiânia receberam as transferências em conta’, daí identificamos eles”, afirmou Maytan. Perfil dos envolvidos Operação cumpre 50 mandados contra grupo suspeito de atuar no 'golpe do novo número' O delegado relata que são pessoas que emprestaram suas contas bancárias e a partir da associação ao esquema se formou uma rede entre parentes e conhecidos. “São casais, são pais e filhos. Então, tem muita gente do núcleo familiar. Às vezes, cinco pessoas da mesma família, que depois se associaram com mais cinco pessoas de outra família”, pontuou Maytan. “A gente nota que as pessoas acabam se associando a esse mundo criminoso, às vezes por familiares. Então, têm muitos casais presos, possivelmente o homem entrou nesse mundo criminoso e depois acabou convencendo a mulher também a participar dos crimes”, acrescenta o delegado. Ao todo, 50 pessoas foram presas nesta segunda fase da operação, quando foram cumpridos outros 50 mandatos de busca e apreensão. Além de prisões feitas em Goiás, foi preso um homem no município de Magé, no Rio de Janeiro; e outro suspeito em Barra do Garças (MT). Maytan destacou que o preso no Rio é de Goiás e teria se mudado para aquele estado recentemente. A estimativa da polícia é que o grupo tenha causado R$ 7 milhões de prejuízos a vítimas em todo o país. Por isso, foi solicitado o sequestro de bens do grupo neste valor. A PC-GO considera esta como a maior operação policial feita neste ano. LEIA TAMBÉM: Operação prende grupo suspeito de fraudes eletrônicas após golpe aplicado na mãe de modelo famosa Suspeitos de aplicar golpe de R$ 125 mil na mãe da modelo Carol Trentini são presos em Goiânia Suspeitos de causar prejuízo de quase R$ 1,5 milhão em fraudes a benefícios de idosos são alvo de operação da PF Relembre o caso Carol Trentini lança cover de 'True Colors' e diz que usa música como 'passatempo valioso' Divulgação A mãe da modelo Carol Trentini, Lourdes Trentini, de 70 anos, foi vítima do golpe do “novo número”, em 2021. Na época, ela transferiu para criminosos R$ 120 mil, por acreditar que estava conversando com a filha por aplicativo de mensagem. No início de 2022, após investigações, a PC-GO prendeu na Região Metropolitana de Goiânia cinco pessoas suspeita do crime. Depois dessas prisões e apreensões de celulares, a polícia passou a identificar as ligações entre as pessoas, por meio das transferências bancárias feitas pelas vítimas. Em 2022, de acordo com as investigações, os criminosos usaram um número de telefone com a foto da modelo e solicitaram que a vítima realizasse transferências bancárias e empréstimos. Primeiro, pediram para que Lourdes Trentini, mãe da modelo, salvasse o novo número usado por eles. Em seguida, enviaram uma foto de Carol com os filhos para tornar a conversa mais convincente. Assim, a aposentada excluiu o número antigo e verdadeiro da filha e chegou a tentar ligar para o novo contato, mas não obteve sucesso. Os criminosos alegaram que o aparelho estava com problemas e que a comunicação precisava ser feita exclusivamente por mensagens. Em seguida, os golpistas solicitaram que a vítima realizasse transferências bancárias. Além disso, pediram que ela fizesse empréstimos e repassasse o dinheiro. Ao todo, foram feitas seis transferências para contas vinculadas a seis CPFs diferentes.