Serviço de inteligência da Rússia acusa EUA e Reino Unido de tentar forçar evacuação de bases russas na Síria, diz agência

No entanto, russos não apresentaram provas para sustentar a acusação. Bases militares russas na Síria ficaram vulneráveis após queda do ditador Bashar al-Assad, no início de dezembro. Jato na base aérea militar de Hmeimim, na cidade de Latakia, na Síria, operada pelos russos, em 16 de dezembro de 2024. AP Photo/Leo Correa O serviço de inteligência estrangeira da Rússia acusou neste sábado (28) os Estados Unidos e o Reino Unido de estarem tentando forçar a evacuação de bases militares russas na Síria, segundo a agência de notícias estatal RIA Novosti. Segundo a agência, essas tentativas estariam sendo intermediadas por contatos com membros do Estado Islâmico presentes na Síria, em um preparo de supostos "ataques terroristas". No entanto, não foram apresentadas provas para sustentar a acusação. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Os serviços secretos britânicos estão desenvolvendo planos para organizar uma série de ataques terroristas contra instalações militares russas na Síria. O papel de executores será atribuído a militantes do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), libertados recentemente das prisões pelas 'novas autoridades'", afirma o comunicado do serviço de inteligência russo. A Rússia controla há 49 anos duas bases militares na Síria, a base aérea de Hmeimm e a base naval de Tartus, ambas em cidades litorâneas no oeste do país. O controle das posições foi acordado entre os governos russo e sírio, aliados desde a época do pai de Hafez al-Assad, pai de Bashar. Em troca, os russos proviam assistência militar ao regime sírio. As bases russas ficaram vulneráveis após a queda da ditadura de Bashar al-Assad, no início de dezembro, quando rebeldes do grupo HTS tomaram cidades vitais da Síria, como a capital Damasco, em uma ofensiva-relâmpago que durou cerca de 10 dias. Assad se asilou na Rússia e entregou o poder. A Inteligência russa afirmou ainda que o MI-6 e a CIA, serviços de inteligência do Reino Unido e dos EUA, respectivamente, instruíram comandantes EI sob seu controle a realizarem uma série de ataques contra bases militares russas e que, para isso, os terroristas teriam recebido drones de ataque. Ainda segundo os russos, para ocultar sua participação nesses ataques planejados, EUA e Reino Unido continuariam realizando bombardeios a localizações do EI na Síria, mas com avisos prévios aos terroristas. O serviço de inteligência russo acusa também EUA e Reino Unido de não querer a estabilização da Síria, por isso a suposta tentativa de forçar a evacuação das tropas russas. A Rússia ainda não decidiu o que fará com as bases militares que controla na Síria. Uma fonte do Kremlin informou à RIA Novosti que o país está em contato com os representantes do novo governo sírio, cujos líderes rebeldes garantiram a segurança das bases e das instalações diplomáticas russas na Síria.

Dez 28, 2024 - 10:00
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Serviço de inteligência da Rússia acusa EUA e Reino Unido de tentar forçar evacuação de bases russas na Síria, diz agência

No entanto, russos não apresentaram provas para sustentar a acusação. Bases militares russas na Síria ficaram vulneráveis após queda do ditador Bashar al-Assad, no início de dezembro. Jato na base aérea militar de Hmeimim, na cidade de Latakia, na Síria, operada pelos russos, em 16 de dezembro de 2024. AP Photo/Leo Correa O serviço de inteligência estrangeira da Rússia acusou neste sábado (28) os Estados Unidos e o Reino Unido de estarem tentando forçar a evacuação de bases militares russas na Síria, segundo a agência de notícias estatal RIA Novosti. Segundo a agência, essas tentativas estariam sendo intermediadas por contatos com membros do Estado Islâmico presentes na Síria, em um preparo de supostos "ataques terroristas". No entanto, não foram apresentadas provas para sustentar a acusação. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Os serviços secretos britânicos estão desenvolvendo planos para organizar uma série de ataques terroristas contra instalações militares russas na Síria. O papel de executores será atribuído a militantes do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), libertados recentemente das prisões pelas 'novas autoridades'", afirma o comunicado do serviço de inteligência russo. A Rússia controla há 49 anos duas bases militares na Síria, a base aérea de Hmeimm e a base naval de Tartus, ambas em cidades litorâneas no oeste do país. O controle das posições foi acordado entre os governos russo e sírio, aliados desde a época do pai de Hafez al-Assad, pai de Bashar. Em troca, os russos proviam assistência militar ao regime sírio. As bases russas ficaram vulneráveis após a queda da ditadura de Bashar al-Assad, no início de dezembro, quando rebeldes do grupo HTS tomaram cidades vitais da Síria, como a capital Damasco, em uma ofensiva-relâmpago que durou cerca de 10 dias. Assad se asilou na Rússia e entregou o poder. A Inteligência russa afirmou ainda que o MI-6 e a CIA, serviços de inteligência do Reino Unido e dos EUA, respectivamente, instruíram comandantes EI sob seu controle a realizarem uma série de ataques contra bases militares russas e que, para isso, os terroristas teriam recebido drones de ataque. Ainda segundo os russos, para ocultar sua participação nesses ataques planejados, EUA e Reino Unido continuariam realizando bombardeios a localizações do EI na Síria, mas com avisos prévios aos terroristas. O serviço de inteligência russo acusa também EUA e Reino Unido de não querer a estabilização da Síria, por isso a suposta tentativa de forçar a evacuação das tropas russas. A Rússia ainda não decidiu o que fará com as bases militares que controla na Síria. Uma fonte do Kremlin informou à RIA Novosti que o país está em contato com os representantes do novo governo sírio, cujos líderes rebeldes garantiram a segurança das bases e das instalações diplomáticas russas na Síria.