'Eu poderia estar chorando a morte da minha filha', desabafa mãe de estudante agredida por homem baleado na UniRio

Mariano Viana Areas foi baleado por policiais militares que foram acionados para defender a mulher, que era alvo de violência psicológica do ex-namorado, com quem tinha terminado há 2 anos. Suspeito de agredir a ex é baleado ao tentar tirar arma de PM A mãe da jovem universitária que estava sendo agredida pouco antes do agressor ser baleado por policiais militares no campus da UniRio, na Zona Sul do Rio, contou ao g1 que acredita que Mariano Viana Areas premeditou ir atrás da vítima na quarta-feira (19). Mariano, que estuda música na mesma instituição, foi preso em flagrante pelos crimes de tentativa de estupro, vias de fato, resistência, lesão corporal e ameaça. Ele é ex-namorado da jovem agredida e, segundo a família, tinha um comportamento abusivo e tóxico com a moça. "Ele é um agressor, um criminoso. Inclusive, premeditou a ação dele. Ele veio na minha casa às 10h da manhã daquele dia. Tinha mais de 2 anos e meio que nós não víamos esse rapaz. Tem mais de 2 anos que a minha filha não tava mais com ele. Quem realmente é a vítima dessa situação, ou seja, é a mulher que foi agredida na frente de todo o campus, local que deveria resguardar sua integridade física e psicológica", destaca a mãe. A mãe da universitária critica ainda a posição da universidade. Ela afirma que a instituição não ofereceu amparo psicológico contínuo para a vítima e vitimizou o agressor dizendo que ele teria sido alvo de truculência policial. A mãe conta que no dia seguinte à agressão, a instituição ofereceu uma consulta com psicólogo, mas que o tratamento contínuo teria que ser presencialmente no hospital. Além disso, a família destaca que, enquanto ele ameaçava a jovem, os vigilantes não intervieram. A guarda da instituição só teria participado da contenção de Mariano após a polícia chegar, conforme contam testemunhas. Segundo a polícia, Mariano foi baleado depois que tentou pegar a arma de um agente durante uma luta corporal. Por isso, um outro policial disparou um tiro de contenção. A mãe aponta que foi essa atitude que salvou a vida da filha dela. "Se ele não tivesse sido contido pelas únicas pessoas que protegeram a minha filha, que foram os policiais, e não pela instituição através dos vigilantes, ele poderia ter pego essa arma, atirado nos policiais, nos estudantes, e correr atrás da minha filha, como era a visão dele", afirma ela. "Minha filha poderia estar morta hoje. Ao invés de agressão, lesão corporal, tudo que está em autos para ele, eu poderia estar chorando a morte da minha filha. E ele não vai sair como vítima disso", completa a mãe. A mãe conta que o comportamento abusivo de Mariano não começou agora. Anteriormente, a menina já era alvo de perseguição e violência psicológica. Horas antes de atacar a jovem no campus, ele postou uma imagem retirada de uma produção audiovisual, que dizia: "Eu sempre acreditei que a morte é um destino muito melhor do que a vida, pois encontramos os entes queridos que perdemos. Mas não nos encontraremos nunca mais, meu amigo, eu sinto que o seu deus fará objeções as minhas visitas ao paraíso". O g1 voltou a procurar a UniRio e aguarda retorno. Momento em que seguranças e policiais militares tentam conter o universitário Reprodução O baleado foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde, segundo a PM, está estável e sob custódia. O caso é investigado pela 12ª DP (Copacabana). No dia, através de nota, a universidade lamentou aquilo que ela classificou de “gravíssimo incidente”. A instituição afirmou ainda que “condena qualquer violência, particularmente a agressão contra uma mulher, e se solidariza com a estudante”. A UniRio informou que “tomará as devidas providências internas, administrativas e disciplinares, que se fizerem necessárias a partir da apuração dos fatos”. Veja a nota da UniRio: “A UNIRIO lamenta profundamente o gravíssimo incidente ocorrido no Centro de Letras e Artes (CLA) no dia de hoje, 19/02. Segundo relatos de pessoas presentes, um discente da Universidade teria agredido uma colega e, na impossibilidade de contê-lo, alguém comunicou à Polícia Militar. Conforme amplamente repercutido, os policiais se envolveram em confronto com o estudante e, na confusão, um tiro o atingiu. Ele foi levado ao hospital e se encontra em estado grave. A Universidade condena qualquer violência, e particularmente a agressão contra uma mulher, e se solidariza com a estudante. Em paralelo, a UNIRIO manifesta sua preocupação com o discente e espera que ele se restabeleça plenamente. Segundo informações da direção do Hospital Miguel Couto, o estudante será submetido a abordagem cirúrgica. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e a Reitoria passaram o dia acompanhando o caso de perto e entraram em contato com os familiares de ambos. Cabe à Polícia Militar a preservação da ordem pública, e é sua atribuição agir no caso de crimes comuns, como agressão, ocorridos dentro do campus. Entretanto, a UNIRIO espera que a Polícia Civil investigue o ocorrido, de mod

Fev 21, 2025 - 18:00
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'Eu poderia estar chorando a morte da minha filha', desabafa mãe de estudante agredida por homem baleado na UniRio

Mariano Viana Areas foi baleado por policiais militares que foram acionados para defender a mulher, que era alvo de violência psicológica do ex-namorado, com quem tinha terminado há 2 anos. Suspeito de agredir a ex é baleado ao tentar tirar arma de PM A mãe da jovem universitária que estava sendo agredida pouco antes do agressor ser baleado por policiais militares no campus da UniRio, na Zona Sul do Rio, contou ao g1 que acredita que Mariano Viana Areas premeditou ir atrás da vítima na quarta-feira (19). Mariano, que estuda música na mesma instituição, foi preso em flagrante pelos crimes de tentativa de estupro, vias de fato, resistência, lesão corporal e ameaça. Ele é ex-namorado da jovem agredida e, segundo a família, tinha um comportamento abusivo e tóxico com a moça. "Ele é um agressor, um criminoso. Inclusive, premeditou a ação dele. Ele veio na minha casa às 10h da manhã daquele dia. Tinha mais de 2 anos e meio que nós não víamos esse rapaz. Tem mais de 2 anos que a minha filha não tava mais com ele. Quem realmente é a vítima dessa situação, ou seja, é a mulher que foi agredida na frente de todo o campus, local que deveria resguardar sua integridade física e psicológica", destaca a mãe. A mãe da universitária critica ainda a posição da universidade. Ela afirma que a instituição não ofereceu amparo psicológico contínuo para a vítima e vitimizou o agressor dizendo que ele teria sido alvo de truculência policial. A mãe conta que no dia seguinte à agressão, a instituição ofereceu uma consulta com psicólogo, mas que o tratamento contínuo teria que ser presencialmente no hospital. Além disso, a família destaca que, enquanto ele ameaçava a jovem, os vigilantes não intervieram. A guarda da instituição só teria participado da contenção de Mariano após a polícia chegar, conforme contam testemunhas. Segundo a polícia, Mariano foi baleado depois que tentou pegar a arma de um agente durante uma luta corporal. Por isso, um outro policial disparou um tiro de contenção. A mãe aponta que foi essa atitude que salvou a vida da filha dela. "Se ele não tivesse sido contido pelas únicas pessoas que protegeram a minha filha, que foram os policiais, e não pela instituição através dos vigilantes, ele poderia ter pego essa arma, atirado nos policiais, nos estudantes, e correr atrás da minha filha, como era a visão dele", afirma ela. "Minha filha poderia estar morta hoje. Ao invés de agressão, lesão corporal, tudo que está em autos para ele, eu poderia estar chorando a morte da minha filha. E ele não vai sair como vítima disso", completa a mãe. A mãe conta que o comportamento abusivo de Mariano não começou agora. Anteriormente, a menina já era alvo de perseguição e violência psicológica. Horas antes de atacar a jovem no campus, ele postou uma imagem retirada de uma produção audiovisual, que dizia: "Eu sempre acreditei que a morte é um destino muito melhor do que a vida, pois encontramos os entes queridos que perdemos. Mas não nos encontraremos nunca mais, meu amigo, eu sinto que o seu deus fará objeções as minhas visitas ao paraíso". O g1 voltou a procurar a UniRio e aguarda retorno. Momento em que seguranças e policiais militares tentam conter o universitário Reprodução O baleado foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde, segundo a PM, está estável e sob custódia. O caso é investigado pela 12ª DP (Copacabana). No dia, através de nota, a universidade lamentou aquilo que ela classificou de “gravíssimo incidente”. A instituição afirmou ainda que “condena qualquer violência, particularmente a agressão contra uma mulher, e se solidariza com a estudante”. A UniRio informou que “tomará as devidas providências internas, administrativas e disciplinares, que se fizerem necessárias a partir da apuração dos fatos”. Veja a nota da UniRio: “A UNIRIO lamenta profundamente o gravíssimo incidente ocorrido no Centro de Letras e Artes (CLA) no dia de hoje, 19/02. Segundo relatos de pessoas presentes, um discente da Universidade teria agredido uma colega e, na impossibilidade de contê-lo, alguém comunicou à Polícia Militar. Conforme amplamente repercutido, os policiais se envolveram em confronto com o estudante e, na confusão, um tiro o atingiu. Ele foi levado ao hospital e se encontra em estado grave. A Universidade condena qualquer violência, e particularmente a agressão contra uma mulher, e se solidariza com a estudante. Em paralelo, a UNIRIO manifesta sua preocupação com o discente e espera que ele se restabeleça plenamente. Segundo informações da direção do Hospital Miguel Couto, o estudante será submetido a abordagem cirúrgica. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e a Reitoria passaram o dia acompanhando o caso de perto e entraram em contato com os familiares de ambos. Cabe à Polícia Militar a preservação da ordem pública, e é sua atribuição agir no caso de crimes comuns, como agressão, ocorridos dentro do campus. Entretanto, a UNIRIO espera que a Polícia Civil investigue o ocorrido, de modo a saber se houve excesso na conduta dos policiais, pois foi desferido um tiro no suposto agressor. A Universidade tomará as devidas providências internas, administrativas e disciplinares, que se fizerem necessárias a partir da apuração dos fatos”.