Exclusivo: Fantástico entrevista um dos jurados do caso Marielle
O jurado participou de dezenas de júris, mas admite: o do caso Marielle foi diferente. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emboscada, sem dar chance de defesa às vítimas —, além dos crimes de receptação e tentativa de homicídio. Fantástico conversou com exclusividade com um dos jurados do julgamento de Marielle e Anderson
O repórter Mahomed Saigg entrevistou um dos sete jurados do caso Marielle, que preferiu mostrar o rosto. Por coincidência, ele também se chama Élcio, como Élcio de Queiroz, um dos condenados que já tinham confessado o crime em delação premiada. Nos últimos 15 anos, o administrador e advogado Élcio de Paulo participou de dezenas de júris, mas admite: o do caso Marielle foi diferente.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emboscada, sem dar chance de defesa às vítimas —, além dos crimes de receptação e tentativa de homicídio. Uma assessora de Marielle estava no carro na hora do ataque e foi a única sobrevivente.
As penas serão reduzidas porque os dois fizeram um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Lessa deve ficar na cadeia por, no máximo, dezoito anos em regime fechado, e Élcio, no máximo, doze anos. Como os dois estão presos há mais de cinco anos, Lessa ficaria livre em 2037, daqui a 15 anos, e Élcio em 2031, um prazo de sete anos.
"Eu acho que diz justiça na forma que eu votei", diz.
O jurado explica sua reação quando viu que estava sendo convocado para o caso Marielle:
"Eu tava até torcendo pra não ser sorteado, né? Porque eu sei que era muita responsabilidade. Mas, no fundo, no fundo, eu queria participar. Ia ser um julgamento que tá todo mundo no Brasil todo falando, aí fora falando."
Havia 21 jurados, e 7 foram sorteados para participar do júri popular. Depois do sorteio, eles ficaram incomunicáveis — nada de telefone, televisão, computador. Todos dormiram no tribunal e também não podiam se falar, trocar impressões.
O repórter pergunta qual foi o momento mais difícil para o jurado ao longo do julgamento.
"Na hora do depoimento da mãe dela. Foi o que mais pesou pra mim, e da esposa dela também. Foram dois momentos que mexeram muito comigo", diz.
A audiência durou cerca de 22 horas, dividida em dois dias. Eram cinco para as cinco da tarde quando sete jurados deixaram o tribunal e foram levados para a sala secreta. Um não conseguia ver o voto do outro. Iam respondendo às perguntas feitas pela juíza sobre cada uma das acusações. As respostas só podiam ser "sim" ou "não". Depois, o voto era dobrado e colocado em uma urna.
Os juízes começam a abrir os votos dos sete jurados. Com quatro votos iguais formando a maioria absoluta, os demais não são abertos. Quem determina o tamanho da pena é sempre o juiz, com base na legislação. Então, não dá pra saber se o voto do Élcio foi lido.
O veredito foi anunciado às 18 horas e 18 minutos. O que se viu depois foram famílias emocionadas... unidas em longos abraços.
Repórter: Como é que o senhor sai desse julgamento no que diz respeito ao seu convencimento sobre o que aconteceu?
Jurado: Eu não conhecia a história direito da Marielle. Eu tinha outra ideia na minha cabeça. Eu achava que era bem diferente, mas quando eu conheci a história dela também, e o próprio advogado da outra parte também confirmou muita coisa, então saio daqui tranquilo que o jeito que eu votei foi correto, e acho que fez justiça mesmo.
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O jurado participou de dezenas de júris, mas admite: o do caso Marielle foi diferente. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emboscada, sem dar chance de defesa às vítimas —, além dos crimes de receptação e tentativa de homicídio. Fantástico conversou com exclusividade com um dos jurados do julgamento de Marielle e Anderson
O repórter Mahomed Saigg entrevistou um dos sete jurados do caso Marielle, que preferiu mostrar o rosto. Por coincidência, ele também se chama Élcio, como Élcio de Queiroz, um dos condenados que já tinham confessado o crime em delação premiada. Nos últimos 15 anos, o administrador e advogado Élcio de Paulo participou de dezenas de júris, mas admite: o do caso Marielle foi diferente.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emboscada, sem dar chance de defesa às vítimas —, além dos crimes de receptação e tentativa de homicídio. Uma assessora de Marielle estava no carro na hora do ataque e foi a única sobrevivente.
As penas serão reduzidas porque os dois fizeram um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Lessa deve ficar na cadeia por, no máximo, dezoito anos em regime fechado, e Élcio, no máximo, doze anos. Como os dois estão presos há mais de cinco anos, Lessa ficaria livre em 2037, daqui a 15 anos, e Élcio em 2031, um prazo de sete anos.
"Eu acho que diz justiça na forma que eu votei", diz.
O jurado explica sua reação quando viu que estava sendo convocado para o caso Marielle:
"Eu tava até torcendo pra não ser sorteado, né? Porque eu sei que era muita responsabilidade. Mas, no fundo, no fundo, eu queria participar. Ia ser um julgamento que tá todo mundo no Brasil todo falando, aí fora falando."
Havia 21 jurados, e 7 foram sorteados para participar do júri popular. Depois do sorteio, eles ficaram incomunicáveis — nada de telefone, televisão, computador. Todos dormiram no tribunal e também não podiam se falar, trocar impressões.
O repórter pergunta qual foi o momento mais difícil para o jurado ao longo do julgamento.
"Na hora do depoimento da mãe dela. Foi o que mais pesou pra mim, e da esposa dela também. Foram dois momentos que mexeram muito comigo", diz.
A audiência durou cerca de 22 horas, dividida em dois dias. Eram cinco para as cinco da tarde quando sete jurados deixaram o tribunal e foram levados para a sala secreta. Um não conseguia ver o voto do outro. Iam respondendo às perguntas feitas pela juíza sobre cada uma das acusações. As respostas só podiam ser "sim" ou "não". Depois, o voto era dobrado e colocado em uma urna.
Os juízes começam a abrir os votos dos sete jurados. Com quatro votos iguais formando a maioria absoluta, os demais não são abertos. Quem determina o tamanho da pena é sempre o juiz, com base na legislação. Então, não dá pra saber se o voto do Élcio foi lido.
O veredito foi anunciado às 18 horas e 18 minutos. O que se viu depois foram famílias emocionadas... unidas em longos abraços.
Repórter: Como é que o senhor sai desse julgamento no que diz respeito ao seu convencimento sobre o que aconteceu?
Jurado: Eu não conhecia a história direito da Marielle. Eu tinha outra ideia na minha cabeça. Eu achava que era bem diferente, mas quando eu conheci a história dela também, e o próprio advogado da outra parte também confirmou muita coisa, então saio daqui tranquilo que o jeito que eu votei foi correto, e acho que fez justiça mesmo.
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